sábado, 5 de março de 2011

PAÍS DE LOUCOS?


QUE MUITAS INTERVENÇÕES por parte do sector estatal estão cada vez mais a ser necessárias e não se assiste a medidas que sejam tomadas no sentido de solucionar esses problemas, isso é uma verdade com que os cidadãos se debatem. Mas que é absolutamente necessário ter presente que os dinheiros públicos estão a mostrar-se sucessivamente mais escassos e que não é possível sobrecarregar com infinitos impostos os contribuintes portugueses, esse também é uma perspectiva que não se pode ignorar e, por isso, apenas resta ter esperanças de que os poderes oficiais terão o bom senso suficiente para colocar por ordem as intervenções que têm de ser feitas, atacando as mais urgentes e guardando para mais tarde as que não se considerem tão inadiáveis.
Bem, este é um princípio que todos nós devemos ter sempre presente, não considerando prioritários aqueles que afectam directamente os nossos interesses e sendo condescendentes em relação às obras e arranjos que as circunstâncias actuais aconselham a que aguardem por melhor oportunidade.
Quanto a este conceito toda a gente estará de acordo. O pior, porém, é que, da parte dos sectores oficiais, quer no Governo Central quer nas Autarquias e também nas instituições que nalguma coisa interferem em relação à sua demonstração de se encontrarem atentos às necessidades de fazer o melhor possível em relação aos habitantes, em todos essas áreas assiste-se a atitudes que não condizem com o rigor de não despender fundos do erário nacional que motivem reclamações e revoltas por parte dos que pagam os seus impostos.
E é este o mal que mais se verifica e é por isso que ninguém pode entender que o Executivo continue a demorar tanto em atacar a fundo as despesas que já deviam ter sido anuladas, como sejam os milhares de viaturas que se encontram ao serviço dos senhores que gozam sempre de benesses e que, já não digo que deveriam ir pelo seu próprio pé para os lugares que ocupam e não deveriam dispor de motorista privativo que passa os dias sentado ao volante às ordens de Suas Excelências, posto que a redução de milhares de automóveis, a maior parte de alto luxo, seria muito fácil se o serviço para deslocações oficiais fosse requisitado em cada situação, comparecendo o carro que estivesse disponível e com o condutor que, na altura, se encontrasse sem “patrão” para servir.
Não, não é a primeira vez que apresento este problema. Mas não posso deixar de me indignar por constatar que os “senhores do poder” não são capazes de dar o exemplo e fazer a sua parte nos elevados gastos que o Estado tem de suportar, claro que à custa dos encargos fiscais que cada um de nós tem de suportar.
Andar por aí, em largas passeatas, a falar com outros mandões da Europa e de todo o mundo, com os custos que isso representa, e não começar por reduzir despesas dentro de portas, tudo isso só demonstra que se encontram todos “nas tintas” para contribuir com alguma coisa para o passivo nacional não continuar a subir e termos de nos endividar todos os dias, deixando para o futuro o encargo d e pagar o que se gasta nesta altura.
Numa altura em que o desemprego por cá já anda na casa dos 700 mil, em que o ministro das Obras Públicas que temos continua a falar de obras em estradas com a maior irresponsabilidade, enquanto a ponte de Entre os Rios, ao cabo de dez anos de ter caído, lá se encontra tal e qual como ficou, ao mesmo tempo que já voltou a necessidade das marmitas para os almoços dos que já nem sabiam que isso se tinha muitos anos passados atrás, e já existem mercearias a colocar letreiros de “bacalhau demolhado”, tal como os mais antigos adquiriam a um escudo cada posta – então fiel amigo -, ao mesmo tempo que se está a verificar um retrocesso nos hábitos dos portugueses, como prova do apertar do cinto a que já poucos escapam, por outro lado assiste-se ao desbragamento insultuoso dos dinheiros que os ditos”responsáveis” atiram para a rua.
Mas isto afinal é um País de loucos?
Eu falo, escrevo, reclamo… mas ninguém faz caso! Até um dia!

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