domingo, 6 de março de 2011

OPÇÕES


POR MAIS QUE QUEIRA encontrar outros motivos para preencher este meu blogue diário, não consigo fixar-me em matérias diferentes do que as que se relacionam com a situação que o nosso País atravessa e, obviamente, com os que, em minha opinião, considero como principais responsáveis por se ter atingido ponto tão criticável.
E o que não me permite encontrar uma forma de desculpa razoável para a figura principal de todo o conjunto de governantes, é a negação que José Sócrates evidencia a cada passo de ouvir opiniões diferentes da sua e, tratando-se de um ser humano, logo com a grande possibilidade de cometer erros, o mais natural seria que, perante situações que envolvam grandes riscos, depois de ter tomado uma decisão errada, aparecer em público e desculpar-se e a apresentar o remedeio imediato. Mas isso é demasiado para uma figura como a do primeiro-ministro que ainda temos e, face a tal incapacidade, o que faz é confirmar o engano cometido como se não tivesse sido e enumerar razões propagandísticas que só servem para revoltar cada vez mais uma população tão carregada de sacrifícios.
Mas já nem vale a pena repisarmos este tema, posto que está mais do que visto que as oposições políticas portugueses, as que ainda poderão ter alguma possibilidade de obter o apoio democrático em eleições que venham a ter lugar, essas, parece que temerosas do panorama que irão enfrentar e cuja prenda envenenada pode fazer cair na desgraça quem ocupar o lugar em S. Bento, andam a adiar a decisão que seria bem acolhida pela maioria dos cidadãos lusitanos, ainda que, para atingir a maioria essencial, seja necessário fazer acordos com parceiros que não sejam muito apetecíveis, dadas as características conhecidas de algum líder que esteja ansioso por mostrar uma forma de actuar que, no capítulo do mediatismo, não se diferencia muito do actual Sócrates.
É certo que o actual primeiro-ministro, como António Barreto, um antigo socialista agora afastado, afirmou em entrevista recente, “anda a enganar o País”, isto num resumo resumido sobre a actuação da figura que tem conduzido Portugal à desgraça em que se encontra, ainda que tenhamos que ser justos e aceitar que as circunstâncias criadas pela tão falada “crise” provocariam a outro qualquer responsável no papel que tem cabido a Sócrates as maiores dificuldades para fazer com que o nosso País não fosse apanhado pela onda de dificuldades que se estendem pelo mundo fora. Mas, o que seria de esperar e de aplaudir é que se falasse verdade aos portugueses e que se ouvissem propostas que saem de tantos lados e discutir sobre elas, pelo que seguramente se teriam tomado providências a tempo de evitar medidas drásticas como as que estão a ser tomadas, dando ocasião a que não fosse tão necessário recorrer a empréstimos estrangeiros que estão a fazer cair Portugal num verdadeiro poço de dívidas que os vindouros terão de pagar… sabe-se lá como!
A manifestação que vai ter lugar no próximo dia 12 não irá certamente solucionar nada do que faz parte da gravidade do problema em que estamos envoltos. Não vai ser por aí que surgirá uma moção de censura com pés e cabeça (para referir a de que o BE é autor), ou se alguma outra medida servirá para convencer Sócrates de que seria bom sair de cena pelo seu próprio pé. É que a figura em causa quer ser vitimisado, para poder depois demonstrar que, apesar do seu empenho em tudo fazer para exercer com eficiência a sua missão, não o deixaram concluir a tarefa que “estava a correr tão bem” – seriam as palavras optimistas da sua lavra.
Afinal, vistas bem as coisas, não é apenas neste seu “reinado” que se verificam tantos equívocos de governação e têm de vir de fora as indicações de que são de muitas origens os “pés nas poças” que os responsáveis portugueses metem. O próprio Wikileaks já mostrou que as culpas de muitos acontecimentos saem de nós próprios e foi até um embaixador americano cá colocado que apontou diversas situações que nos colocam em posições deveras criticáveis. E, claro a subida sucessiva do preço do crude nas origens é que paga as favas todas, se bem que, sem dúvida, nesta altura seja a responsável pelo aumento de dificuldades que se sentem nos bolsos dos portugueses.
Estamos, pois, condenados a não ter opção para dar a volta ao problema. Ainda porque não existe uma certeza de que a substituição do mando actual represente uma melhoria das condições que existem por cá.
Mas, co’os diabos! Pior do que temos não será… e isso já representa um alívio, quanto mais não seja por não termos que gramar mais aqueles discursos convencidos do optimista doentio que, sempre em inaugurações, acompanhado das comitivas de sabujos, não faz outra coisa que não seja proclamar as posições privilegiadas do nosso País, em comparação com o resto do mundo, isso enquanto, por exemplo, uma ponte que ruiu há dez anos, continua à espera que se parem obras em estradas e se cumpra o prometido e absolutamente necessário.
E quanto a opção? Eu, por mim, como tenho vindo a dar mostras, estou cansado de assistir sempre ao mesmo espectáculo da incompetência. Já não será por muito tempo. Sinto que a vontade me falta e nem sei mesmo o que escolher de entre os “fregueses” do poder que se mostram por aí. Estou a dar as últimas. E tenho a consciência de que não sentirão a minha falta no dia em que eu resolver fechar a porta. Ou que alguém resolva por mim…

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