quinta-feira, 3 de março de 2011

O AMANHÃ


DIZEM AS ESTATÍSTICAS que, no mundo, já somos sete mil milhões de habitantes. Uma barbaridade! Como é possível continuarem os humanos a aumentar sucessivamente de número, quando os desentendimentos que ocorrem em diversas partes do Globo são cada vez maiores e os países dão mostras, de uma forma geral mesmo quando afirmam o contrário, de procurarem defender apenas os seus interesses e, ainda que com uma ajuda ocasional que serve sobretudo para dar boa imagem, não fazendo aquilo que seria o mais próprio de qualquer religião e que é o de darem as mãos no sentido de procurarem formar uma equipa de solidariedade e, todos sem excepção, fazerem com que o espaço terrestre não se encontre a sofrer, de forma ultra preocupante, a sua destruição progressiva e o caminhar para uma situação que, em dada altura, não se encontrará forma de reverter o mal que tem vindo a ser feito.
Quando a água potável for um bem escasso, o mar deixar de fornecer alimentação piscatória, a agricultura não for cuidada, o petróleo se esgotar, o ambiente respiratório for insuportável, as florestas desaparecerem o cimento não deixar largueza suficiente para os humanos manterem a construção e todo o resto, que é muito, e que é essencial para que o Homem exista, quando, numa data mesmo que venha ainda muito longe, isso suceder, então os que viverem nesta nossa Esfera logo terão de encontrar solução que, por certo, não será pacífica.
Mas, nesta altura em que somos nós que presenciamos o que ocorre, que verificamos que a Europa, em que tantos depositavam enormes esperanças, está a dar mostras de, entre os seus parceiros, não serem capazes de criar uma unidade de entreajuda e de comunidade fraterna que faça com que não existam os mais necessitados e os que conseguem sobreviver às crises que são os próprios humanos que as criam – é certo, porque existem as cigarras e a formigas -, precisamente o momento que se atravessa é bem a demonstração de que a indiferença que se manifesta entre os vários países não permite que se cumpra o que constituiu o sonho de quem se entregou para que a Comunidade Europeia viesse a ser um exemplo mundial.
Claro, não referindo já o que se passa no chamado Médio Oriente e que, sendo uma parte relativamente pequena do total da área mundial, pela difusão que tem através do que tem vindo a ser demonstrado pela influência religiosa do islamismo, provoca um mal estar em muitos pontos do Globo que tem vindo a revelar uma crescente tomada de posição que não é salutar no capítulo de se manter um mínimo de compreensão mútua entre o chamado Ocidente e os estados muçulmanos.
E, se tivermos em conta que Israel, o Pais mais directamente sujeito aos azedumes dos vizinhos à sua volta, possui a sabe manejar a perigosa bomba atómica – chamemos-lhe assim para melhor ser entendido o seu efeito -, e que o Irão, por seu lado, se gaba de se encontrar em idêntica posição armada, não parece ser prudente andar-se a fingir que ninguém se tem de preocupar com tal facto, sabendo-se que, nos tempos de hoje, nada ocorre em conflitos de guerra entre povos com essas características que se compare ao que se passou em situações passadas, se nos quisermos referir ao que foi e às consequências da II Guerra Mundial, há cerca de 70 anos.
Um mau agouro, um pessimismo exagerado? Pois talvez seja. Mas, como diz a ciência popular, é preferível prevenir do que remediar. Mas, por outro lado, o excesso de população humana em todo o espaço terrestre, o enorme flagelo do desemprego que grassa por toda a parte e de que a crise financeira tem servido como motivo da situação que se atravessa, o que, até certo ponto, é uma realidade, não é só isso que tem de constituir de causa. Temos de ser realistas e não ter medo das verdades ou do que poderá assemelhar-se a isso.
O elevadíssimo número de habitantes que ocupam o espaço terrestre – se bem que a sua distribuição por todos os continentes não seja a mais equitativa, mas os espaços produtivos encontram-se localizados em sítios concretos -, essa invasão de gente que vai nascendo e que provoca o excesso que se acotovela por imensas zonas, é isso que também ocasiona a luta pela sobrevivência na busca de postos de trabalho que faltam, sendo que, de igual modo, a instrução, cada vez mais difundida, das populações de todo o mundo (e as excepções, como sejam os naturais de países que ainda não seguem a preocupação de tornar os seus súbditos mais conhecedores, só servem para invadir os territórios que se encontram em fase bastante mais avançada nessa área, como é o caso da Europa ocidental que luta com esses problema de ter de albergar gente de nível muito inferior), mas, repito, esse excesso de habitantes que, em crescendo, possuem habilitações literárias e técnicas acima do que a colocação como trabalhadores lhes pode proporcionar acabará por provocar aquilo que já se verifica em muitos países e que é a revolta da juventude que, quem sabe, poderá resultar num conflito muito mais alargado que as simples demonstrações públicas de descontentamento.
As guerras começam sempre por alguma razão. E não ponho mais na carta…

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