segunda-feira, 7 de março de 2011

COERÊNCIA


EU TENHO DE SER COERENTE e, como não tenho de prestar contas a ninguém sobre aquilo que opino, pois bem bastaram os muitos anos do tempo da ditadura em que a minha profissão de jornalista era condicionada pelo lápis vermelho dos censores, em face disto e como não tenciono prolongar por muito mais tempo este meu blogue vou, enquanto aqui me encontro, dando vazão ao meu descontentamento sobre o ambiente que nos envolve a todos nós, portugueses.
A verdade, pois, é esta: como as notícias a comentar já são só muito raramente de algum optimismo, a vontade em comunicar com os leitores que terei é cada vez mais diminuta, pelo que a convicção que se me assalta de que já chega, pela minha parte, de contribuir para a tristeza de nós todos, essa tentação de parar aumenta de dia para dia.
No entanto, enquanto aqui vou expondo os pontos de vista que mantenho no que se refere à situação que se atravessa e, sem poder fazer outra coisa, fazendo perspectivas em relação ao futuro, a única coisa que mantenho é a esperança de que os fieis seguidores deste meu blogue o divulguem junto dos seus amigos, pois que o único consolo que ainda tenho neste particular é que o número de leitores que me é indicado com regularidade pela organização dos blogues vá aumentando, caso contrário convenço-me de que é absolutamente inútil este esforço que vou fazendo.
Por outro lado, tenho conhecimento de que há “sites” deste género que contam com um número muito elevado de seguidores fieis, o que provavelmente constitui a prova de que as preferências não se discutem e que existem “bloguistas” que contam com uns fãs, como acontece em tudo que é público, como com os cantores que são seguidos furiosamente por montes de gente, e em que não se necessita de explicação para entender o fenómeno. Cada um tem o que merece.
Mas hoje, não me apetece abordar qualquer tema em específico. E fico-me, portanto, por aqui.
Enquanto for preenchendo este espaço, incluindo todos os dias um poema inédito da minha produção, aqui estarei. Quando deixar de o fazer, também não ficarão grandes saudades. É o que presumo.
Por isso, a partir de agora não será um texto diário que preencherá este espaço. Aparecerá quando me der o apetite e sem obrigatoriedade de cumprir uma espécie de compromisso de todos os dias. um poema inédito da minha produção, Quando deixar de o fazer definitivamente, também não ficarão grandes saudades. É o que presumo. Talvez quando verificar que o comportamento dos portugueses, sobretudo dos políticos que estão instalados nos postos que tanto resguardam como subsistência das benesses que obtêm, ao contrário da maioria esmagadora dos cidadãos, se está a alterar e que a tão desejada Democracia se começa a praticar ainda que os 36 anos da sua existência entre nós não cheguem para se instalar na cabeça das populações os deveres primeiro e só depois as obrigações, quando e se isso suceder então terei algum ânimo para prosseguir.
Até lá, deixo de ter esta função do blogue como um compromisso.

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