quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

SAI A BEM OU A MAL?


EU, QUE ATÉ JULGO conseguir manter uma certa dose de suporte para me considerar distante das pessoas que gostam de exibir o que consideram ser os seus próprios dotes extraordinários de comportamento, não sendo por isso nada de exemplar pois que essa atitude constitui uma defesa minha em relação ao que tem capacidade para me irritar, apesar disso tenho de confessar que existe uma personagem que já conseguiu ultrapassar a exigência que faço a mim mesmo de dar oportunidade aos outros de exporem as suas opiniões, por muito que não concorde com elas, e, em cada altura que surge essa figura a exibir-se perante as câmaras de televisão a gabar-se dos seus feitos e da sua competência e a fazer propaganda do conjunto que chefia, alterando doentiamente a verdade dos factos e pretendendo dar uma cor de rosa às situações mais carregadas de fel que têm vindo a agravar-se ao longo dos tempos, entro, cada vez que isso sucede, numa espécie de transe que altera toda a paciência que possa possuir.
Claro que não necessito esclarecer mais em pormenor quanto à identidade do visado, pois que o texto lido atrás não deixa dúvidas de que se trata do primeiro-ministro que ainda se mantém em actividade no nosso País e que a sua ganância pelo poder não lhe permite vislumbrar que a maioria dos portugueses não se conforma por muito mais tempo em ter de suportar os erros crassos que têm vindo a ser praticados ao longo da vigência do seu Executivo, mas com maior incidência desde há uns cinco anos para cá. Essa personagem chama-se, está bem de ver, José Sócrates.
Devo esclarecer, quem mantiver algumas dúvidas no que se reporta a esta minha incapacidade em suportar o exibicionismo do referido político, de que não se trata, nem de perto nem de longe, com a sua ligação e até posição de mando na área socialista. Nada disso. Se ele pertencesse a outro partido, fosse ele qual fosse, e desse mostras de idêntico comportamento, ou seja, o de fazer afirmações públicas completamente contrárias à realidade dos factos e que, devido à posição que assumisse como são as que desempenha agora, implicasse, como implica, na situação de Portugal em termos mesmo de sobrevivência, se fosse isso que sucedesse a minha repulsa pelo homem seria exactamente a mesma.
O que se tem de estranhar e eu, pelo menos, não deixo de ficar perplexo, é que, chegados que estamos ao estado em que o País se apresenta, para além dos ataques continuados de todos os partidos da Oposição e em que a Assembleia da República se transformou num ringue de combate de palavras, quase sempre com ares de enorme agressividade – o que não se pode criticar, posto que é nesse lugar que os confrontos devem ter lugar -, não tivesse ainda surgido, por parte de quem reúne condições para sair-se de forma positiva da proposta, com um plano bem urdido e mostrando objectivos concretos que não se ficassem pela crítica sem demonstrações de soluções, pois que o caso do Bloco de Esquerda não teve a menor utilidade prática, como os seus proponentes tinham obrigação de ter consciência antecipada do que se passaria, o que é de provocar bastante interrogação, quer cá dentro de portas como até nos países que estão atentos ao que ocorre neste espaço da Península Ibérica, é que mantenhamos este estado de coisas de vendo passar o tempo com as dívidas a acumularem-se monstruosamente e sem que se vislumbre um mínimo de esperança em todos os nacionais que, enfrentando já uma vida que se apresenta plena de dificuldades, sabem que o que os descendentes vão receber é uma Nação subjugada ao aperto que os credores externos irão fazer durante anos sem fim.
Por muito que a situação económica e financeira do País não seja propícia a que se criem situações de conflito político – pois que se os juros das dívidas permanentes que vamos fazendo correm o risco de aumentar ainda mais do que já estão -, a realidade porém é a de que não é possível permanecer impassível e a aguardar nem se compreende bem o quê.
Há, pois, que ter a coragem de romper com o que ameaça estar a eternizar-se e procurar uma saída, a qual, com um Governo chefiado pela personagem que ainda lá se conserva, já não haverá perspectivas de se alterarem para melhor.
As ocorrências que têm estado a verificar-se nos países do Norte de África, com as populações a exigirem as saídas dos detentores do poder de vários países da zona, ainda que não tenham de servir de exemplo no nosso caso, podem, no entanto, ter a capacidade de mostrar que os naturais não devem ficar indiferentes ao que os que são colocados nos lugares de mando não podem ser deixados sem que assumam as suas responsabilidades e, se se furtarem a isso, fazê-los pagar pela incompetência ou por outra falha que não seja admissível a quem se prontificou a assumir funções que põem causa a vivência dos cidadãos de um País, como é o que ocorre em Portugal.
Cada um tem o dever, para não dizer a obrigação, de não disfarçar quanto ao que lhe cabe como cota parte da sua qualidade de cidadão nacional. Eu, tal como fiz anos atrás quando os jornalistas só podiam participar fugindo à pressão das Censura, nesta altura utilizo este meu blogue para acordar as consciências.
Cada um dá o que pode!...

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