domingo, 20 de fevereiro de 2011

MUÇULMANOS


COMO TODA A GENTE tenho seguido com a maior atenção o que tem vindo a acontecer nos países islâmicos que, como é sabido, não escondem a sua pouca antipatia – quando não é muito pior – pelo munido ocidental e, particularmente, pelos que não praticam a sua religião e, mesmo assim, entre eles, também se defrontam, nas divisões que sustentam, sobretudo entre xiitias e sunistas.
Mas há que reconhecer que causou alguma surpresa verificar que, particularmente na vaga de juventude, tem vindo a crescer o descontentamento face aos governos que comandam os vários países, dando a aparência - que falta ainda confirmar no futuro que aí poderá mostrar se é realmente assim que sucede -, de existir uma aspiração a maior liberdade e a que a democracia, ainda que relativa, chegue a esses pontos onde as pesadas estruturas implantadas há séculos, não deixam que os governos sejam eleitos por vontade da escolha das populações respectivas.
O que ocorreu agora no Egipto (por enquanto ainda escrevo com a ortografia que temos implantada e, como apanhei uma mudança há muitos anos da forma de redigir, não estou muito receptivo, por enquanto, a alterar a forma da minha escrita em português), que se pegou de seguida aos outros povos vizinhos, que vou enumerá-los e de que fazem parte Marrocos, Argélia, Tunísia, Síria, Jordânia, Líbia, Iémen, Djibuti, Bahrain, Omã, Arábia Saudita e Irão – espero não me ter passado nenhuma -, com a primeira queda do ditador Mubarak que, afinal, logo após o seu afastamento demorado e contrário ao seu desejo, deu entrada num hospital com um problema que faz duvidar sobre a sua resistência na luta contra a morte, logo os restantes países com a mesma religião muçulmana utilizaram os seus maiores espaços públicos, principais, no caso a praça chamada da Liberdade, e, como um rastilho, foram contagiados pela aspiração que começou por juntar centenas de milhares de egípcios que, ao fim de 18 dias, conseguiram fazer valer os seus protestos e o brigaram a que o seu presidente não tivesse outro remédio que não fosse o de abandonar o poder.
E, dentro do espanto de todo o mundo, até Muammar Kadhafi da Líbia, sempre tão persistente na sua aposição de condutor dos povo, se encontra em maus lençóis por uma idêntica aspiração dos líbios que não escondem já a sua determinação em fazê-lo abandonar a sua tenda presidencial e ir armá-la noutro sítio.
Mas, afinal, qual o motivo por que dedico este espaço a referir o que já é do conhecimento de todos os que não se desinteressam por saber o que se passa por esse mundo fora?
Pois é tão simples como isto: será que ao Terreiro do Paço lhe falta espaço suficiente para acolher uma multidão de portugueses que, até se poderiam espalhar pelas ruas da Baixa, para bramarem contra a política que José Sócrates tem imposto e que conduziu Portugal à situação em que se encontra nesta altura e ao que se perfila para continuar até atingir os pobres vindouros que não terão culpa nenhuma do País que vão encontrar? É verdade que vivemos em Democracia e que, por isso, existem meios legais que permitem que o Executivo socratiano seja deposto, mas as circunstâncias económicas e financeiras que atravessamos – sempre com o mesmo causador - não têm dado ocasião a que, por via do Parlamento, os passos necessários tenham sido dados e o exemplo dado pelo Bloco de Esquerda até mostrou a maneira de como não se deve actuar para atingir correctamente o objectivo desejado.
Espera-se que o principal partido da oposição seja capaz de, apresentando um plano de Governo, indicando os nomes das personalidades que recomenda para tomar conta das pastas que é preciso ocupar (deixando alguns lugares em branco, para criar a ideia de que, em caso de necessidade absoluta de incluir o CDS no molho de governantes, com o necessário cuidado para que não tem tenham de ser entregues aquelas que não convirá nada que Paulo Portas logo se abotoe com elas, e só então e a guardando a oportunidade no tempo que seja mais adequada para dar aos cidadãos a possibilidade de escolherem, apresentar a moção de confiança que se impõe.
O PSD, pois que outro não se encontra em condições de ocupar o lugar do PS – e não importa já falar de esquerda e de direita, pois o que tem de estar em causa é a salvação do naufrágio do nosso País e já se sabe que existem sempre forças que estão em desacordo com esta medida -, tem de se apressar e de não andar a adiar constantemente aquilo que lhe cabe e que se sabe perfeitamente que constitui uma pesada tarefa que lhe irá acarretar muitas responsabilidades e até revoltas, posto que as medidas a tomar terão de ser muito duras e antipáticas.
Só que temos de pensar todos que se for o FMI a desembarcar no aeroporto, essas imposições restritivas não serão nada doces e aí todos os agrupamentos sindicais meterão as violas nos sacos e há que aguentar mansinho…
Dito isto, vou tratar de mim, pois que o facto de ter saído do hospital não quer dizer que me encontre já em plena forma.

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