domingo, 23 de janeiro de 2011

VOTAR, VOTAR...



PODE PARECER não vir nada a propósito mas, em meu entender, tudo está ligado à nossa condição de sermos naturais de um País que, no que se refere aos seus governantes, quando se trata de solicitar para que não deixem de participar no acto do voto, nesse aspecto é grande a lista de propostas e até de promessas que saem das bocas dos políticos, mas, por outro lado, o prestar os apoios e os serviços que necessitam os portugueses, aí já a situação muda completamente de figura.
Porquê este arrazoado num dia em que são chamados às urnas todos os nacionais, com a ideia, que se entende, de que se trata de uma obrigação cívica? Pois está aí bem à vista: E tem a ver com o acontecimento que foi e está a ser ainda objecto de tanta divulgação pública, o assassinato de Carlos Castro em Nova Iorque, e de que o rapaz que foi protagonista do acto, não se conhecendo ainda os pormenores que levaram a tão brutal morte, mas em que, a família do participante na tragédia, um jovem de Cantanhede que acompanhava o assassinado, preso e possivelmente sujeito a pena pesada que pode ir até à prisão perpétua, necessitando de auxílio por parte do Consulado do nosso País situado na cidade americana, se encontra perante um desinteresse infeliz que nos leva a pensar o que se passaria se o caso fosse ao contrário, isto é, se o preso americano estivesse na cadeia portuguesa. E não é necessário ter grande imaginação, conhecidas que são as actuações da diplomacia ianque para acudir aos seus naturais em situações fora do seu país.
Mas, chamada que foi ao texto esta tristeza dos nossos procedimentos, vem agora a propósito deste domingo de eleições presidenciais, recordar o que é recordado aos cidadãos portugueses para que façam o que dizem ser o seu dever – e é - , quando, em contrapartida, cá, pelo nosso País, não existem deveres, muito menos obrigações, de os responsáveis que ocupam os lugares de serviço público, de cumprirem as tarefas que lhes correspondem e para o que são pagos pelos impostos, no nosso caso bem pesados, que os contribuintes têm de suportar.
Votar, escolher hoje o Presidente da República que vai instalar-se em Belém e que, muito seguramente, será o que lá passou o último período, isso é largamente recomendado. Mas garantir que as obrigações que cabem aos locatários dos deferentes postos da administração pública têm de ser cumpridas, isso é assunto que nem sequer foi focado nas diversas campanhas que ocuparam, também com o nosso dinheiro, uns largos dias e, a partir da eleição, nem será tema que interesse ser debatido, porque a população tem mais com que se preocupar e os dirigentes não querem igualmente chamar o assunto à discussão.
Votamos, os que lá forem colocar o seu papel, e pronto. Os que ficam em casa – e fazem mal – esses riem-se e, a partir desta altura, não deixam de criticar os actos dos que não foram eles que lá os colocaram.
E é este o panorama que nos oferece a nossa querida Democracia que, digam lá o que disserem, ainda é a menos má das políticas. E, ao não haver outra que não permite as ocorrências que os seres humanos, pois que são eles que criam as religiões e as políticas, provocam, seguiremos assim e não vislumbramos, no horizonte que nos é proporcionado, qualquer alternativa que nos leve a preferi-la.
Bem gostaria, mas não tenho perspectivas optimistas para incluir neste meu blogue.

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