domingo, 30 de janeiro de 2011

SÓ POR CÁ!...


NÃO, NÃO ESTAMOS a passar por nenhum primeiro de Abril. Encontramo-nos mesmo em Janeiro de 2011. Mas a notícia que apareceu, muito timidamente, num rodapé de um diário foi clara: o submarino da esquadra portuguesa que se encontrava já retirado do serviço, de nome Albacora, atracado na Margueira, Almada, onde esperava destino (como tanta coisa que nós mantemos por cá), por falta de uso… afundou-se!
Se isto ocorresse noutro País seguramente que seria motivo para uma averiguação aprofundada e o responsável por tal acontecimento tão caricato seria chamado a explicar-se e a responder pelo desmazelo, pois que, precisamente por já não se encontrar em actividade, talvez pela antiguidade, é que já deveria ter levado um caminho, provavelmente de aproveitamento das partes que ainda pudessem servir para as oficinas náuticas ou outro fim de utilidade. Ma “apodrecer” encostado a um cais e acabar por se afundar, isso é que não sucederia seguramente.
São estes factos que tornam Portugal numa Nação de gente que deixa espantados todos os observadores estrangeiros que ainda se preocupam em acompanhar os acontecimentos que ocorrem entre as nossas portas e que, para países escrupulosos nas suas decisões, constituem factor de risota e de descrédito daquilo que se passa neste extremo ocidental da Europa.
Mudando de assunto, mas já que me refiro a um caso ligado aos submarinos, não posso deixar de salientar a atitude desse activo homem que não pára de se mostrar continuamente perante as câmaras televisivas, numa ânsia excessiva de ser sempre protagonista seja do que seja. Refiro-me a Paulo Portas que, adiantando-se ao que ocorre na complicada situação do Governo de Sócrates e fazendo já as malas com antecipação para um tão desejado regresso à zona ministerial, propôs, numa altura em que não estão à vista eleições legislativas, que se fizesse desde já uma aliança entre o “seu” partido e o PSD, dando de imediato os passos para que o seu substituto no comando do CDS ficasse escolhido a seu gosto, tudo isto numa antecipação que se adapta perfeitamente ao passo que também deu quando, no momento em que exercia as funções de ministro da Defesa – e foi, de facto, uma escolha adequada para aquele lugar de um civil sem a mais pequena experiência de que são as forças armadas! -, pôs a funcionar uma encomenda de submarinos sem que tivessem sido tomadas as precauções que se impunham para não se verificasse depois, como está a suceder, as contrapartidas de compras em igual valor de produtos portugueses (coisa, aliás, difícil de conseguir), o que provocou e irá ainda ocasionar um verdadeiro ataque ao erário público que se está a começar a pagar e deixa para os vindouros o resto que falta… se é que não nos conseguimos livrar do compromisso.
Quer dizer: por um lado não somos suficientemente precavidos para evitar os descalabros que ocorrem para nossa vergonha e, por outro, adiantamo-nos demasiado quando os interesses pessoais se colocam acima do que poderia constituir uma boa medida para o País.
E quando eu afirmo, sem receio de críticas, que, cada vez mais, me desconsola assistir às atitudes dos seres humanos e, se eles se colocam na área dos políticos, ainda maior é o meu desagrado, haverá quem não concorde comigo e está no seu direito. Mas o que não me é dado ver são acções que me façam mudar de opinião.
E então, por cá, a enormidade de maus exemplos que são oferecidos à contemplação dos portugueses, esse caminhar sobre lama que nos atola a todos, não deixa vontade de lutar ingloriamente. Com esta gente o futuro está mais do que definido. Um milagre ou um naufragar, os dois extremos, é o que deixamos aos vindouros. Coitados!...

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