quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

SER BRUXO


NÃO,EU NÃO SOU BRUXO. Se bem que algum proveito pudesse tirar se me calhasse esse privilégio. O que talvez me ocorra é estar muito atento aos acontecimentos que nos rodeiam e, aproveitando alguma experiência que a vida me concedeu, o que me obrigou a antecipar-me ao que previa que viesse pela frente, fui forçado a tentar evitar o pior, ainda que consciente de que o ter dúvidas e o não albergar certezas sempre ajuda a defendermo-nos melhor dos maus momentos que calham a todos.
Não se tratando de um elogio em boca própria, mas apenas uma observação em voz alta, que é como quem diz, de uma transcrição escrita do que considero ser uma característica que não é por isso que pode atribuir mais felicidade ao seu portador, pois o ter razão antes de tempo não é valorizado neste mundo em que nos movimentamos, apesar disso aqui deixo expresso que este meu blogue não será assim um tão pouco útil meio de ser acompanhado e, quanto isso, sim, sinto-me lisonjeado.
previsão que, na altura, provocou uns tantos comentários desfavoráveis, o facto de ter avisado de que as leis laborais necessitavam de ser revistas, por muito que isso fosse doloroso para quem trabalha por conta de outrem, pois o que estava e Mas vamos ao que importa: então não se tratou de uma continua em questão é o enorme desemprego que grassa no nosso País e tornava-se e mantém-se actual todo o esforço que seja feito para reduzir o número elevadíssimo de gente que não tem trabalho? E o primeiro passo já foi dado, posto que as noticias são de “despedir mais fácil e mais barato”, só restando que a fiscalização, como eu avisei na altura, não permita que sejam cometidos abusos por parte de empresários sem escrúpulos. Se as empresas com dificuldades forem forçadas a reduzir empregados, que o façam para não aumentarem as falências e os encerramentos, mas se voltarem a necessitar de aumentar o seu número de colaboradores, nessa ocasião que recebam um prémio na área dos encargos fiscais, esta a proposta que aqui deixo. Desta maneira, a luta contra o desemprego poderá ter algum resultado.
Mas também, noutra área, o que Mário Soares escreveu ontem, na sua habitual crónica no D.N., de que Sócrates cometeu o erro de dar apoio ao candidato presidencial Manuel Alegre, por evidente falta de visão política – o que nele é habitual -, o que fez foi dividir, isso digo eu agora, o voto dos socialistas entre o poeta e Fernando Nobre, tendo este beneficiado com o disparate, pois que colocou o PS em posição mais difícil para efeitos de uma votação, quando ela ocorrer, na área das legislativas, tendo ainda Mário Soares, nesse mesmo texto, criticado Cavaco Silva pelo seu discurso tão despropositado após este ter tido conhecimento da sua vitória presidencial, e tudo isso também aqui foi referido nesta blogue e logo em seguida a terem ocorrido os casos em questão. E se, até pessoalmente, porque mantenho com Mário Soares uma amizade que vem de longe e que provocou mesmo, durante as dez vez que o acompanhei nas suas visitas como primeiro-ministro e eu nas funções de jornalista, não o sigo em todos os seus pontos de vista e até, nessas ocasiões, trocámos opiniões que nem sempre eram coincidentes, nesta altura, que sigo atentamente essa figura da nossa Democracia e com idade superior à minha, tenho de o felicitar pela lucidez extraordinária que demonstra nos seus comentários e que, no momento difícil que atravessa Portugal, continua a ser uma referência que não deve ser posta de parte.
O facto de não se estar sempre de acordo com os pontos de vista de figuras que tiveram interferência na vida pública nacional, no momento em que foi alterado o sistema político que antes existia, não quer dizer que não se reconheça o valor das actuações que, em momentos concretos, pertenceram a esses seres humanos.
Todos nós, por muito perfeitos que pretendamos ser, praticamos sempre alguns erros. O essencial é que os reconheçamos quando, depois das ocorrências, nos convencemos ou sejamos convencidos de que deveria ter sido diferente o nosso procedimento. E é isso que não sucede com muita gente que, ocupando postos de responsabilidade pública, nunca se dão por vencidos. E nós bem sabemos quem são esses figurões!

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