segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

ESTE PAÍS, SE ASSIM SE PODE CHAMAR1...


NÃO, ISTO NÃO É UM PAÍS. É uma coisa parecida, algo que se assemelha. Mas não é, na verdade, o que se pode considerar como uma Nação com cabeça, tronco e membros. O Chefe do Estado ainda em funções e também candidato ao novo período, afirmou, à saída do acto eleitoral em que também participou, que não mandava nos portugueses. E isso é verdade em parte. Porque, pelo menos pode actuar no sentido de forçar, através da sua crítica pública, a forma deficiente como funcionam muitas e muitas das instituições públicas que existem, até em demasia, neste rectângulo que se chama Portugal.
Ora bem, melhor, ora mal, eu ontem não votei. Digo-o aqui publicamente. Mas desloquei-me ao local que, na minha freguesia, constitui o ponto onde me está indicado para exercer esse meu direito. Mas, com grande surpresa minha, ao apresentar o cartão de eleitor e o cartão de cidadão, foi-me dito que teria de me colocar numa fila longa que existia à entrada da escola onde decorria o acto, pois que os cadernos eleitorais não se encontravam actualizados e, portanto, havia que consultar a base de dados para se saber qual o número que me correspondia.
E o que se passou comigo, que me retirei sem votar, foi o que, segundo deram nota os noticiários, sucedeu a milhares de votantes, não se podendo saber quantos terão actuado dessa forma. E o que se ouviu também nas televisões foi que não se sabia a quem cabia a responsabilidade desta falha, o que não foi diferente do que, ao longo da nossa vida como Estado, desde que ele existe – penso eu -, sempre se verificou: ninguém neste espaço tem culpa de nada; são sempre os outros!
Não, meus caros compatriotas. Isso do patriotismo, que é sinónimo de não se revoltar contra o muito de anormal que se passa neste sítio – de gente mal comportada -, de olhar sempre para a nossa História e, por muito que nos satisfaça, não tem nada a ver com aquilo que deve ser o nosso futuro, que esse, pelo que tem vindo a acontecer desde já muitas dezenas de anos, não pode oferecer perspectivas aceitáveis, o tal patrioteirismo que alguns, sobretudo políticos, se arrogam, tem de ser vivamente condenado pelos efeitos maléficos que contemplamos.
Gostaria de saber o que é que esse homem que se chama José Sócrates e, portanto, o primeiro responsável pelas sucessivas escorregadelas que são frequentes onde vivemos, aqui, poderá explicar no que respeita a este verdadeiro naufrágio na pretensão de captar votos presidenciais. Se aparecerá com o seu estúpido optimismo, com as razões que só ele encontra em todas as situações ou se será capaz de se penitenciar, posto que tudo que sucede, de bom e de mau, a um Estado pertence, a culpa ou o elogio, a quem se encontra à frente de um Governo.
Cá ficamos nós, portugueses, nas mãos e ao sabor das incompetências de quem governa. Já não há paciência possível!
Mas, numa demonstração que julgo não ser necessário fazer, da minha intransigente independência quanto a apoiar uns e atacar outros, visto que só me interessa é o melhor para Portugal, no que se refere à candidatura de Cavaco Silva, que saiu vencedor, chamo agora a atenção para dois factos em que fixei a atenção e que, na circunstâncias actuais em que nada já altera o que foi o voto dos portugueses, se podem apontar no seguinte:
- Que, no decorrer da campanha do já vencedor, se viram os guarda-costas do candidato e que são, precisamente, os mesmos que se encontravam e se encontram de novo ao serviço de Belém, portanto pagos pelo erário público. Resta saber se os carros utilizados não seriam também os que pertencem ao serviço de Belém:
- Depois da eleição e da vitória de Cavaco Silva, o carro que transportou o casal ao CCB, um Mercedes luxuoso acabado de adquirir, tem razão de ser face às economias que se exige que sejam escrupulosamente cumpridas e cujo exemplo deveria vir precisamente do Presidente acabado de reeleger?
Pois é. Se pensarmos que o primeiro PR que Portugal teve logo após a implantação da República ia de eléctrico de sua casa para Belém - e também não é preciso tanto! -, que grande diferença existe nos nossos tempos em que as mordomias máximas não são postas de lado, antes são aproveitadas em pleno.
E já agora, depois de ter ouvido o vencedor Cavaco ter proferido aquele discurso no CCB em que, arrogantemente, se voltou contra os outros candidatos, os vencidos, em lugar de, modestamente, ter agradecido apenas os votos que lhe couberam e limitar-se à sua posição sem ofender os adversários, não posso deixar de criticar severamente quem deu mostras de falta de humildade, Foi uma pena! E, depois ao pretender falar para o público que se encontrava fora, lendo um papel que lhe tinha sido entregue na altura (como seu viu), utilizou a mesma linguagem, o que quer dizer que os seus assessores são os autores do que afirma o professor, mas a responsabilidade é toda de quem não é capaz de entender qual é o comportamento mais correcto de que não se pode afastar. Estou desolado!
Deixem-me lastimar a falta de compreensão e de bom senso por parte dos maiores deste local onde vivemos. Mas, independentemente dessa situação, temos de continuar a viver aqui. Pois façamo-lo…

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