sábado, 22 de janeiro de 2011

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS (3)


INTERROMPI ONTEM e ainda bem o meu comentário de todos os dias e, naturalmente, nesta altura sobre as eleições presidenciais. O motivo foi indicado, mas também não me encontrava disposto a opinar no que se refere à preferência da escolha. É que, com a maior das franquezas, só poderia referir o menos mau de todos os proponentes, porque, nas circunstâncias actuais que o nosso País atravessa, não deposito absoluta confiança em qualquer das personalidades que se propõem ocupar o lugar, se bem que, como será óbvio, exclua logo à partida alguns que considero completamente fora das perspectivas mínimas que são exigidas.
Mas, sendo hoje véspera do dia em que se verifica a chamada às urnas, também não será o momento para fazer qualquer recomendação dentro da minha óptica, falível como todas. Não deixo de afirmar que dúvidas, essas mantenho-as. Mas como o pior em democracia é não exercer o direito que assiste a todos os cidadãos, mesmo sem certezas há que ir depositar o papelinho na urna para isso montada.
A pesar de tudo, o que julgo poder afirmar nesta altura e mesmo levando em conta que as sondagens já apontam para a personagem que parece ser a que não vai mesmo permitir a passagem a uma segunda volta, o que me leva a escrever este texto é a lástima de não ter assistido, nas passagens que as televisões transmitiram, a nenhuma referência aos inúmeros actos e incompetência que ocorreram nos anos mais próximos de governação e que, se se repetirem ou forem praticados outros de género idêntico, qual a atitude do Presidente eleito.
Vou enumerar uns tantos:
- Já não se põe e hipótese de serem construídos mais campos de futebol por Portugal fora, mas se outra alternativa semelhante se verificar, qual a atitude do então locatário de Belém?
- No capítulo da fiscalização que tem de ser severa em relação aos gastos que, só agora nesta altura se anuncia que o ministro das Finanças vai ter que levar a peito, que medidas tomará o PR, mesmo sabendo-se que não lhe competem constitucionalmente essas funções, para interromper as perdas de cabeça do primeiro-ministro que tiver a seu cargo o Executivo que estiver no poder?
- Algum candidato se referiu ao problema do desemprego, em termos de ser encontrada forma de o diminuir, sabendo-se, como se sabe, que existem dificuldades, por parte de certos empresários, em conseguir interessados em trabalhar, mas que o subsídio de desemprego não motiva a que sejam aceites as propostas que pequenas empresas fazem, pelo que preferem em manter-se naquelas condições e não sofrem, por isso, qualquer eliminação das listas dos protegidos por aquele auxílio?
- Será preferível evitar que se verifiquem conflitos políticos entre Belém e S. Bento, ou, em face do enterro que se estiver a verificar do nosso País, pôr de parte essa precaução e dar aos portugueses conhecimento da opinião do Supremo Magistrado da Nação, isso acompanhado de medidas de última alternativa?
- E, no que se refere ao excesso de viaturas ao serviço de uma enormidade de funcionários públicos considerados merecedores de benesses especiais, qual a opinião da personagem que vier a assumir o referido lugar?
- Claro que, em primeiro lugar, se impõem as conversas privadas com o primeiro ministro que estiver a exercer, mas, face à eventual teimosia deste em não mudar de estratégia, o comunicar aos portugueses qual a posição de Belém, isso é que é preciso ter em conta. O mutismo, nunca!
Por agora não adianto mais e muito haveria a referir e, como todos os cidadãos nacionais, fico na expectativa. Mas sem grande confiança no que aí virá.
A volta a dar a tudo isto é de tal grandeza que não sei se esse “milagre” se operará. E como a situação avançou, no mau sentido, com excessiva velocidade, agora há tudo a aguardar. E as esperanças, se bem que se devam manter dentro do possível, não constituem uma arma de que se disponha por aí perto.
E é tudo o que tenho a dizer nesta véspera da escolha que saia das mãos dos portugueses. E só desejo que não se atinja um número considerado recorde na classe das abstenções!

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