quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

MUDEMOS O MUNDO


SOU UM ENTUSIASTA seguidor de todas as tentativas de descobertas pelos cientistas do futuro que está guardado ao mundo em que nos movemos. E, para quem não se encontra envolvido directamente nessas pesquisas, o único que lhe resta é ir tomando conhecimento, especialmente através de reportagens televisivas que alguns canais incluem nas suas programações, dando conta dos avanços e das novidades que vão surgindo.
É evidente que se necessita estar preparado psicologicamente para não se criar um desmedido pavor em relação ao que provavelmente esperam os seres humanos na altura, não se sabe quando e se sucederá, em que o Globo terrestre enfrentar problemas que, na maioria dos casos, serão consequência da ausência de medidas e de precauções que o Homem devia e deve tomar e que, infelizmente, continuam a não constituir a atenção devida.
Os quase sete mil milhões de habitantes que ocupam o território terrestre, não dando mostras de diminuir nos tempos que contemplamos pela frente, constituem um dos dramas que têm de atormentar a mole humana que, em muitas zonas mais habitadas, já representa um acotovelar doentio que transmite aos cidadãos o desejo de fugir das competições. Por outro lado, sabe-se que existem ainda muitas áreas onde a ausência de população cria vazios que contradizem com os grandes pontos em que os excessos de urbanização tornam as vidas muito difíceis. A distribuição de habitantes tem vindo a fazer-se de forma muito desordenada e a liberdade de escolha que as democracias, cada vez mais implantadas, oferecem ao ser humano, proporcionam também que a atracção pelos locais mais concorridos sejam os preferidos por aqueles que utilizam as migrações como salvaguarda das suas necessidades.
Portugal, nesse aspecto, é bem um dos exemplos característicos das atracções que levam os habitantes campesinos a deslocarem-se para as cidades e para o litoral, onde igualmente os níveis de vida são mais sugestivos do que as planícies e as montanhas. É, de facto, um erro que vai sair caro ao nosso País.
Na situação actual que atravessamos e fazendo apenas referência ao caso nacional, uma das medidas que os governantes deveriam levar a peito era o de proporcionarem condições atractivas para que o interior do País viesse a ser preenchido, não só com actividades agrícolas e de criação de pastagens para a produção de animais, como também convidando investidores para que as indústrias se sentissem protegidas e gozassem de todas as vantagens em criar pólos produtivos, aumentando a nossa capacidade de preencher as necessidades internas e as de exportar.
Já há anos, conhecendo como conheço o que levou Israel a desenvolver tão rápida e tecnicamente o seu pequeno espaço geográfico, com a maioria do terreno ocupado com areia e lutando com grande escassez de água, pois não obstante estes situações negativas o ter sido possível atingir com os “kibbutzin” – reservas agrícolas que acolheram milhares de judeus oriundos de toda a parte do mundo para ajudar a desenvolver o seu País – grande área da zona produtiva fora das cidades, o que fez foi prestar assistência técnica às camadas de imigrantes que chegaram e que, não tendo conhecimentos agrícolas (a maior parte era constituída por gente de formação académica superior e com línguas de origem diversas, mas totalmente desligada da actividade agrícola), se submeteram à aprendizagem que lhes foi servida e, a partir daí, cada um, com o pedaço de terreno que foi posto à sua disposição, passou a produzir o que lhe foi indicado e da forma como os técnicos estabeleceram. Pois foi baseado nessa experiência de tão bons resultados, tendo transmitido ao nosso Ministério da Agricultura a disponibilidade que me foi comunicada pelo sector governamental israelita de dar-nos a conhecer os meios utilizados, coisa que, do nosso lado, não mereceu o menor interesse... O costume!...
Continuamos a necessitar de criar no interior de Portugal formas de utilizar muitos dos nossos desempregados, facilitando-lhes a vida através das “enxadas” que lhes deviam ser entregues para produzir – que o mesmo é dizer, os elementos técnicos e os ensinamentos para serem úteis ao País, para além da exploração de terrenos que se encontram largamente abandonados, apesar dos seus donos não os utilizarem e não se verificar, por isso, a produção de que Portugal necessita como de pão para a boca.
Mas, afinal, o texto que me preparava para desenvolver no respeitante ao panorama assustador que o Globo terrestre não encontra forma de solucionar, acabou por ficar reduzido apenas ao caso nacional. Mas tem de se começar sempre por um princípio e esse situa-se, por agora, neste nosso Rectângulo. Todo o resto, isso cabe aos grandes cientistas alertarem as populações para o perigo que aí virá, mas nenhum dos leitores deste blogue se encontrará ainda vivo para se assustar nesta altura.
O que nos vale também a nós, portugueses, é que o panorama que aguarda o espaço terrestre não se apresenta como estando a merecer o espírito de conservação que uns tantos, poucos por sinal, alertam para que não se acabe com as riquezas de flora e de fauna que, desde que o mundo é mundo – e de que não se sabe cientificamente como apareceu – tem existido, muito embora grande parte já se tenha perdido e continue em risco de ir diminuindo. Por isso, quando o mal maior ocorrer, se o fim do Planeta sempre vier a acontecer, como aparece, volta não volta, essa ameaça vinda de uns tantos estudiosos, ninguém ficará para reclamar. Só nos resta, por isso, nesta altura e nos tempos que chegam a seguir, é que se verifique a lástima do Homem não ser capaz de se deixar de guerras de toda a espécie e, unindo-se desprendidamente de interesses mesquinhos, procure tornar a vida de todos, homens, nascença e até à morte, com o agrado mínimo.
Vejam o tornado que resolveu “visitar” uma zona de Portugal. O Homem tem alguma capacidade para fazer frente a essas catástrofes?

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