sexta-feira, 12 de novembro de 2010

TEMPO É O QUE NÃO FALTA!...


“ESTAMOS A GASTAR os últimos cartuchos”, é a frase que foi ouvida ontem nos écrans das televisões, com estas palavras ou com outras com o mesmo significado, pois que o anúncio que a Europa já não se encontra em condições de participar nos termos habituais aos empréstimos a Portugal que têm decorrido nos tempos mais próximos, e a esperança da vinda do Presidente da China ao nosso País, em que existiu até uma espécie de fé quanto ao que daquele extremo Oriente poderia chegar para prestar auxílio aos nosso desalinho financeiro, mesmo isso já se diluiu no horizonte a ideia de que Portugal poderia em breve sair da situação gravíssima em que se encontra.
A minha paragem durante alguns dias com o meu blogue, devido a uma avaria estranha no sistema do meu computador, criou um interregno em que, pelo menos, não dei mostras do meu desassossego no respeitante ao pobre País que nos pertence e em que a governação nacional não dá sinais de ser capaz de executar sequer o plano que está aprovado no Orçamento e em que o ano de 2011 ainda vai ser mais austero do que tem sido o período que está a decorrer. É que, para além do atraso que o grupo socratiano deu mostras para ter diminuído drasticamente o exagerado plano de despesas do Estado, as que estão anunciadas no documento que teve a participação do PSD não vão ser suficientes e a cada passo deparamos com gastos que não têm nenhuma razão de ser na fase em que nos debatemos e não há a coragem de fechar drasticamente a gaveta dos dispêndios, como seja, por exemplo, o que está a acontecer pelo País e em que Lisboa serve de pioneira, e que são os festejos do Natal, pois que os portugueses compreenderiam seguramente que não se verificassem despesas supérflua com essa manifestação, tanto mais que se continuam a verificar despedimentos em massa de gente que estava a trabalhar, como é o caso do aeroporto de Faro, entre muitos outros, que dispensou num ápice centenas de funcionários que aumentarão o elevado número de desempregados que já existem.
Então compreende-se que uns tantos “chefões”, entre eles presidentes de Câmaras Municipais, façam figura de dispor de verbas para despender em superficialidades, quando o estado em que nos encontramos é de inteira pobreza e o FMI está aí à porta para pôr tudo na ordem, sabe-se lá com que violência, perante a nossa incapacidade de exercermos esse papel?
A dívida astronómica nacional ao estrangeiro e os juros que passaram já para uma plataforma superior aos 7 por cento, tudo isso não constitui notícias que possam alimentar quaisquer esperanças de que conseguiremos sair, pelos nossos próprios meios, da situação de queda em que nos encontramos. O que poderá vir a ser o futuro, ainda que o mais próximo, é coisa que ninguém pode expor com absoluta certeza. Que não será uma situação agradável, isso já eu venho a avisar há bastante tempo. Que deveriam, os que estão nos escalões superiores, ter transmitido aos portugueses, para os preparar com realismo e não para os andar a enganar como tem sucedido desde há, pelo menos, dois anos atrás, essa é a minha preocupação. Mas não foi isso que sucedeu. Então esse José Sócrates abusou da paciência do País, apontando-se sempre como um exemplo e criando a fantasia de que Portugal, com o seu excelente Governo, não se situava numa má posição… antes pelo contrário! E o resultado está à vista!
Eu, até ter forças para tanto e a cabeça ainda estiver no lugar, não deixarei de expor o que considero, mas sempre com a consciência de que não sei nada, constituir o que me parece ser o mais adequado para conhecimento dos que me lêem. Se, no passado, perante todas as forças que a Ditadura dispunha, a Censura e a Polícia política, nas minhas funções de jornalista sempre lutei para tentar fugir às imposições dos que mandavam no País, não é agora que me vou sujeitar às conveniências que também existem e que procuram esconder as realidades.
Muita coisa mudou, de facto. Mas não foi assim tanto ao ponto de nos podermos considerar viver em plena Democracia, essa política que impõe que saibamos ouvir os outros e respeitar as opiniões contrárias às nossas. Na política que por cá se pratica, para se atingir essa realidade ainda vão passar muitos e longos anos. Se lá chegamos!...

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