segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PRESERVATIVO - VENHA ELE!


QUANDO ONTEM escrevi, neste meu blogue, que o homem, mesmo contrariado, lá consegue alterar o seu ponto de vista sobre determinadas matérias e, ainda que o faça muitas vezes demasiado tarde – o Sócrates, sempre ele, é disso um exemplo que nos tem custado os olhos da cara -, sempre é preferível que isso acabe por suceder do que nunca se verificar que tal passo seja dado, repito, quando redigi o texto em causa estava muito longe de imaginar que o Papa aparecesse a público para, dando o dito antes por não dito, defendesse o uso do preservativo para, como afirmou, precaver quanto à expansão da Sida, um terrível mal que não é conhecida só agora mas que há bastante tempo tem vindo a ser propagada, especialmente em África.
Ora aí está como, seja quem for a personagem que dê mostras de alterar os seus pontos de vista defendidos anteriormente com enorme convicção, não receia dar a mão à palmatória e se preste a acusações e críticas de quem ainda não entendeu que, ao contrário dos maus humores, é digo de louvor quem desça do pedestal e se exponha com a mais sincera modéstia.
O aconselhamento do uso desse apetrecho que defende o ser humano de contágios por via sexual, se passar a ser feito nos recintos religiosos, onde muita gente escuta as indicações que lhe são prestadas por personagens que lhe merecem a maior confiança, tal clareza de linguagem com ligação ao relacionamento do ser humano (já nem se faz referência agora à diferença de sexos), poderá ser muito mais eficiente do que qualquer tipo de propaganda comercial que, mesmo assim, lá é efectuada em certos meios de comunicação.
Será que as Igrejas, as diferentes que têm aceitação nos povos que ocupam os diferentes países europeus, poderiam prestar uma ajuda no sentido de instigar os habitantes deste Continente a criar movimentos que convençam os detentores do poder na sua área - isso para que uma união perfeita, harmoniosa, sem invejas e sem pretensões de alcançar vantagens pessoais e de nações umas sobre as outras – a edificar uma autêntica união de interesses, algo mesmo semelhante ao que muito se tem falado mas que não se concretiza, de uns Estados Unidos da Europa?
Se se perderam os complexos em relação ao antes tão temido em referir, o preservativo, não existem razões para que o Papa de um lado e os restantes membros superiores de outras ideologias religiosas não se unam e propaguem nos seus respectivos púlpitos este passo de tão grande importância que é o de passarmos, todos nós europeus, a concentrarmo-nos numa irmandade que, já com uma moeda única em vários diferentes nações - as que faltam têm de merecer a censura dos restantes -, ainda que com regimes políticos diferentes passem a constituir uma família que se ajuda em todas as circunstâncias.
Acabámos agora de facilitar a nossa área a uma Cimeira da NATO. Pois então que se dê um passo no sentido de se efectuar também uma Cimeira da Europa. E, em vez de andarem os nossos homens políticos a proclamar que não há semelhança entre as dificuldades que ocorrem em Portugal e o que se passa com a Irlanda e a Grécia, como quem sacode o contágio da lepra de que alguém sofre, o que se deveria era clamar por uma ajuda de todos os que se situam neste Continente e criar as condições para que não existam países pobres e países mais ricos neste nosso pedaço do mundo.
Se isso não suceder, então não será apenas Portugal e os outros países em dificuldade que correm o risco de desaparecer. Será a Europa, ela toda, que deixará de contar com o privilégio de continuar a constituir um espaço que sempre foi exemplo nesta nossa Crosta Terrestre.
A China aí está somente à espera. E podem esbracejar muito os que sempre foram contra a política de Mao-Tse tung, esse ditador que não criou grandes admiradores em todo o mundo não comunista, mas a verdade é que aquele País chegou ao ponto em que se encontra hoje e se dispõe até a comprar dívida pública a Portugal.

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