sábado, 20 de novembro de 2010

NATO


NÃO ESCONDO que, em minha opinião, a Cimeira da NATO que está a ter lugar em Lisboa e que reúne um tão grande número de responsáveis maiores de diferentes países, incluindo Barak Obama (na sua primeira vinda ao nosso País), por ter uma tão larga repercussão em todo o mundo e, por isso, levar o nosso nome e a nossa existência junto de tantos povos que, como eu verifiquei várias vezes nas minhas viagens que fiz a inúmeros países, com frequência ao falar-se de Portugal levanta-se a interrogação “onde é que isso fica?”, devido a essa circunstância - e não só por isso - tem de merecer o aplauso de todos nós que, conscientes que temos de estar quanto à necessidade de colocarmos os nossos produtos fora das fronteiras nacionais, para tal, muito ajuda toda a propaganda que for feita sobre a realidade deste nosso País.
É evidente que a larga produção que nos falta não contribui para que tiremos todo o proveito que seria tão útil no sentido d se abrirem mercados de consumo no estrangeiro, mas, no mínimo e por agora, o turismo português pode ganhar alguma coisa com a difusão do nosso nome e, por outro lado, visto que necessitamos de grandes investimentos vindos do exterior, se a máquina de procura dessas aplicações externas fizer razoavelmente o seu trabalho – e de novo chamo a este tema a acção que se necessita da instituição que nos custa tanto dinheiro e que se chama AICEP -, sem dúvida que esta propaganda lusitana bastante ajudará.
É verdade que o incómodo que é provocado pelas limitações de movimentação que as seguranças são obrigadas a impor (e que vergonha essa dos blindados, que custaram tão caro, afinal nem tenham chegado a tempo!) e que o dispêndio que toda a Cimeira provoca caia numa altura em que as restrições de gastos seja a primeira prioridade, não se nega que tudo isso não constitua uma mais valia para o momento de dificuldades que atravessamos. Mas, se podemos cortar noutras áreas – como, por exemplo, os dos embelezamentos das ruas para lembrar a passagem do Natal -, neste caso o retrocesso de benefícios de que podemos vir q usufruir compensa o esforço monetário agora feito. É o meu ponto de vista.
Mas se, ao mesmo tempo, se toma conhecimento de que os CTT, instituição portuguesa com ligações ao Estado, cuja administração está disposta a perder 34 milhões de euros com rendas em prédios que, tendo sido utilizados pelos seus serviços, vão ficar vazios por deficiência de contrato com o senhorios, sendo inúmeros os casos em que as péssimas actuações dos seus responsáveis fazem deitar pela porta fora enormes montantes que deveriam causar os seus “despedimentos”… por justa causa, perante este panorama tristíssimo a que nos habituámos já desde há vários anos, teremos de aceitar o investimento que é feito com grande sacrifício do erário público, mas que, face ao TGV, ao novo aeroporto, às inúmeras auto-estradas em que desperdiçámos milhões de euros, mostra ser exactamente o contrário do que se gastou sem contrapartidas à vista.
A remodelação do Governo Sócrates, de que tanto se fala nesta altura, e que não será uma medida fácil e com os resultados positivos que se têm de requerer – pois não será natural que se prontifiquem, para fazer parte do Executivo do mesmo “chefe”, figuras de valor que sabem que o virar da esquina será de contribuição num mau esquema, arriscando-se a herdar as culpas que ficam a marcar as participações numa governação em que a História colocará uma mancha negra no seu período – está também a ocupar as preocupações dos portugueses que, apesar de tudo, sempre irão acompanhando os passos da nossa complicada vida nacional.
Esperemos pela partida dos vários presidentes de países que fazem parte da NATO para nos entregarmos então aos problemas nacionais, se é que os Sócrates que fazem parte do Governo português nos dêem alguma ideia daquilo que se vai passar no seu “recreio” de condução do nosso cansado País.

Sem comentários: