terça-feira, 30 de novembro de 2010

2011- SÓ DESGRAÇAS!



GOZEMOS os dias que nos faltam para terminar o ano de 2010. É o fim de uma época que, não tendo constituído um exemplo de boa vida, muito pelo contrário, apesar disso vai ser recordada assim que passarmos a encarar o calendário com a indicação do ano de 2011. É que, segundo se prevê pelo Orçamento de Estado que mereceu a aprovação na Assembleia da República, em muitos de nós regista-se o sentimento que, presumo, os condenados à cadeia sofrem nos dias que faltam para começar a ser cumprida uma pena: a angústia do fim do que, sendo mau, sempre se suportava melhor do que aquilo que vem a seguir.
Como, para amenizar o que se perfila, sempre gozamos de uns feriaditos que, neste País, apesar de todos os contratempos, não faltam de vez em quando e na próxima quarta-feira lá vamos ficar no ripanço, se bem que, se perguntarmos a mais de metade da população, essa nem faz a menor ideia do motivo por que lhe é dito que não se trabalha. Nesse dia como em tantos outros. Seria bom que as televisões, que tantos programas têm com perguntas em concursos que são tidos como de conhecimento geral, em lugar de surgirem questionários sobre com quem está casado este ou aquele artista e interrogatórios quejandos que não acrescentam nada ao serviço público, bem poderiam incluir temas que fornecessem algum ensinamento ao vasto público deste País que, sobretudo no que se refere aos mais novos, os que não apanharam as escolas primárias de outros tempos e em que os professores ensinavam mesmo, não fazem a menor ideia de assuntos que, sendo da chamada cultura geral, não deveriam faltar nos que sabem muito de computadores… sobretudo para os jogos!
Pois o primeiro de Dezembro, chamado Dia da Independência, fará um interregno para se ir aproximando o primeiro de Janeiro, também feriado, tendo antes o 25 de Dezembro, Dia de Natal, em que, naturalmente, também não se trabalha.
Mas era sobre o ano que aí está a chegar que assentava o tema do blogue de hoje. E, mais do que tudo, trata-se de gozar bem estes poucos dias que ainda restam para, logo a seguir, colocarmos o colete à prova de balas e nos prepararmos para a fuzilaria que o fisco tem preparada, com o propósito, oxalá seja bem sucedido, de salvar Portugal da banca-rota… coisa que eu duvido muito que seja possível, posto que, como diz o povo, “tarde piaste”, visto que os sábios da política que nos governa não foram capazes de antever o que era mais do que certo.
A notícia surgida agora de que até as Igrejas católicas estão a sentir os efeitos da crise, pois as esmolas estão diminuir de volume de forma preocupante para sustentar as respectivas paróquias, até isso nos faz pensar seriamente que a coisa está, de facto, feia. E se também atentarmos na outra informação jornalística de que cerca de dez mil restaurantes já fecharam as portas e que se teme que, no próximo ano, ainda venha a ser pior, então parece ter toda a razão de ser o início deste meu blogue de hoje.
Insisto sempre no mesmo: Não se trata de pessimismo, mas apenas de prevenção. Eu, por mim, já há um certo tempo que reduzi no possível aquilo que considero como matérias dispensáveis. E isto como preparação do modo de vida que, provavelmente nunca mais será igual ao que foi noutros tempos.
Bem sei que esta atitude tem efeitos perversos no movimento comercial, logo no escoamento da produção. Mas há que ter presente que não é possível regressar aos costumes de antes, de gastar agora e pagar depois… se é que depois se pagou!
No mínimo, o que constitui obrigação de todos nós é o consumirmos, de preferência, produtos nacionais. Frutas e vegetais, sobretudo, para que não se continue a importar, por vezes de países bem longínquos, aquilo que temos cá e que é de boa qualidade.
E por hoje chega.

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