quarta-feira, 20 de outubro de 2010

SOMOS DEMASIADOS


É CONHECIDO o número avassalador de habitantes de todo o mundo, o qual ultrapassa bastante os seis mil milhões, e que, comparado com a tabela existente há cerca de 50 anos, no final da Grande Guerra Mundial, excede de forma inquietante, várias vezes, a população que, naquela altura, resistiu ao cataclismo da violência que ocorreu em todos os continentes. Quer dizer, portanto, que o Homem não tem parado de encher a nossa Esfera de novos cidadãos, o que, se por um lado pode representar uma esperança de que a vida terrestre se mostra favorável à vinda de muitos novos lutadores, por outro carrega este espaço de cada vez maior concorrência entre os que se debatem na busca de um lugar estável e que represente um mínimo de felicidade.
Deixando de lado perspectivas e analisando friamente a ocorrência, haverá que acrescentar a esta realidade do aumento sucessivo de gente a movimentar-se neste mundo também o inegável que é o avanço da ciência médica que tem vindo a tornar mais duradouro o tempo que o ser humano resiste até ao momento final. Se, ainda não há relativamente muitos anos, se considerava velho um indivíduo que atingia os pouco mais de cinquenta anos, hoje, atingidos que sejam os setenta, chamar idoso a tais viventes constitui quase uma ofensa, sabendo-se que, em qualquer parte do Globo, se realizam casamentos de homens e de mulheres que, já viúvos ou ainda solteiros, resolvem juntar trapinhos com o parceiro que lhe calhar.
Mas, cá em Portugal, o que sucede no que diz respeito ao tempo das reformas? A lei regista os 65 anos como termo da actividade profissional e o direito que concede o ser usufruído o recebimento da respectiva pensão, Mas o que se verifica em grande número, igualmente no nosso País, é a possibilidade de ser alcançado o benefício de deixar de trabalhar e se começar a receber o montante que lhe cabe como reformado, com idade inferior ao que está estabelecido legalmente, assistindo-se, com excessiva frequência, a gente já situada nessa posição com pouco mais de cinquenta anos! E o resultado é o de que, como as condições de saúde o permitem, grande número desses retirados da vida activa se predisporem a prestar serviço em funções que caberiam a outros cidadãos com idade apropriada para cumprirem a sua missão terrestre.
Ora, é exactamente este também um mal que contribui para que o excesso de população mundial se ressinta ainda mais do acotovelamento que se verifica, especialmente na Europa, de residentes que lhes calhou terem este Continente como local de arrastamento de vida. E, se é certo que, em zonas mais distantes, ainda existe espaço para acolher os excedentes das regiões superlotadas, por não se verificarem aí as condições mínimas de subsistência não constituem opções para mudança.
Fala-se muito de crise. Apontam-se razões que explicam o facto dela ter chegado, ainda que pouco se adiante na prática no que respeita à forma de se sair desse flagelo. O desemprego constitui um monstro que tem diversas causas, entre as quais o número elevado de habitantes disponíveis e o avanço inegável da tecnologia, a qual dispensa muita mão-de-obra no sector industrial. Só que ninguém tem a coragem de referir que talvez a forma – que não será possivelmente a única – de fazer frente a tamanho martírio será um outro, o de rebentar um novo conflito que envolva muitos países espalhados por todos os cantos do Planeta e que, com as destruições causadas pelo Homem, com o desaparecimento de grande parte da população, quando terminasse o confronto, logo surgiria muito trabalho a realizar e toda a mão-de-obra disponível seria aproveitada para voltar a pôr de pé grande parte do habitat terrestre, de modo a ficar em ordem para, anos mais tarde, quando se repetirem os excessos que hoje se verificam, surgir outra necessidade de fazer o mesmo.
Isso, claro, enquanto não se descobrir a forma de colocar metade da população que enche o espaço onde agora vivemos num outro planeta, Vénus ou Marte, que são os que se encontram mais “perto”. Se isso não suceder e por muito que os poucos leitores deste meu blogue me considerem completamente doido, por mim não vejo outra maneira de solucionar o problema. E isso, muito embora se verifique que a grande maioria dos cidadãos de vários países se revoltem quando os respectivos governos se dispõem a reduzir a idade da reforma, como sucede agora em França que pretendem baixar do 62 para os 60! Fazem-me pena!
Pode não ser para os tempos imediatos que a medida drástica que aponto acima não tenha lugar. Que os islamitas fanáticos e os terroristas cada vez em maior número não deitem mão da terrível bomba atómica ou de outro meio que, entretanto, seja descoberto. Ainda suportaremos algumas gerações antes de lá chegar. Mas que não é necessário ser bruxo, quanto a isso é essa a minha convicção, apesar de eu ter sempre sustentado e de manter tal dúvida de que “certezas absolutas nunca tive nem tenho”.

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