segunda-feira, 25 de outubro de 2010

QUE TRISTE FUTURO!...


QUEM, COM A MAIOR PACIÊNCIA, consegue ir seguindo este meu blogue diário, sabe que o não constitui novidade o aviso que tenho largado de que, com o andar dos tempos e dentro da situação que os governantes portugueses não dão mostras de conseguir solucionar, nem ao menos diminuir de perigosidade, um dos dramas que ronda à nossa voltas é de que, mais cedo ou mais tarde mas encontrando-se na zona da possibilidade de nos atingir, a nós reformados, é de que, começando por reduções, chegará a altura em que os dinheiros públicos destinados a esse efeito não atingirão a possibilidade de concretizar o seu dever contratual e, quem se encontre na posição de só poder ir mesmo vegetando neste mundo através ainda que de míseras reformas, sendo natural deste País, ficará entregue à completa mendicidade.
É uma previsão deveras dramática, reconheço. Mas não encontro qualquer forma de a disfarçar, assistindo, como todos nós assistimos, ao desenrolar de uma panorama que, de dia para dia, se nos é apresentado com cores cada vez mais negras. Só Sócrates, essa figura que ou engana muito bem ou anda a viver um mundo surrealista, lança nos seus discursos doentios a imagem de um Portugal que só tem de se “orgulhar” daquilo que somos e do que temos feito ultimamente. Eu, por mim, já não o escuto e quando surge nos écrans a sua imagem e aquele ar de que corre tudo às mil maravilhas, o que faço é, de imediato, mudar de canal. Não há forma de aguentar!...
A notícia que saiu hoje nas páginas dos jornais com o título “Ruptura financeira ameaça reformas”, em que num esquema é mostrada a evolução do custo das reformas no nosso País e que o primeiro saldo negativo ocorrerá entre 2035 e 2040, sendo que, em 2050, terminam definitivamente os recursos para sustentar os encargos com as mesmas, essa previsão, quanto a mim é excessivamente optimista, pois que a antevisão falha no que diz respeito ao aumento assustador de número de gente que atinge a idade de deixar de trabalhar, ou seja param de fazer descontos para os tempos de inacção, e os jovens, mesmo que aumente a idade estabelecida para saírem da actividade, não são suficientes para suportar os descontos essenciais para o efeito. Por outro lado, o desemprego também continua a constituir um pesado fardo, até porque o avanço da tecnologia cada vez retira mais mão-de-o9bra das fábricas e o número de licenciados, mesmo mal formados, retira aceitação de emprego em actividades consideradas menores.
Se levarmos em conta que as pensões, da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações ascenderam, entre Janeiro e Setembro deste ano a 15,2 mil milhões de euros, num aumento de 616 milhões em relação ao mesmo período do ano passado, poderemos então fazer uma ideia do que representa liquidar, todos os meses, as reformas que cabem a cada um dos portugueses que se encontram nas condições de já não exercerem uma profissão.
Este é o futuro que os portugueses têm de se preparar para ver pela frente e os chegarem ao momento crucial, então esses o melhor é não deitar as mãos à cabeça apenas nessa altura. Eu sempre tenho defendido o princípio de que é preferível avisar com antecipação do que apanhar depois de surpresa os que andam distraídos e que, por isso, nesta altura ainda não estão completamente convencidos de que a situação dramática que se vive é a real e têm dificuldades em modificar os seus gastos, pois que essa da riqueza em que vivemos alguns anos não passou de uma fantasia que os bancos, é verdade, alimentaram com o gaste agora e pague depois…

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