quinta-feira, 7 de outubro de 2010

MONARQUIA OU REPUBLICA


FOI HÁ 25 ANOS, era então Mário Soares primeiro-ministro, que o FMI meteu a sua mão na situação financeira portuguesa, pois as circunstâncias que se atingiram nessa altura não permitiram que nos libertássemos de tal intervenção que, para os economistas, representa sempre um mau sinal. Ficou resolvido na época e a sombra desse Fundo Monetário continua a pairar no momento que se atravessa, pois que as condições que defrontamos são ainda piores do que eram um quarto de século atrás.
Sabendo-se que é do interesse nacional que Portugal não se tenha que sujeitar à referida análise e decisão do Fundo em causa, a pergunta a fazer – e não se pára de pôr questões a quem tem a responsabilidade de decidir, embora as respostas não surjam com facilidade – é se não se deveria recorrer a todos os meios e solicitar o auxílio de reconhecidas competências económicas com o fim de serem encontrados os recursos que ainda possam existir para evitar a ameaça à porta. Mas, para tal, impunha-se que os “sábios” que se encontram sentados nos cadeirões do Poder tivessem a humildade suficiente para dar a mão à palmatória e reconhecer a sua incapacidade para solucionar o problema.
Como se sabe que essa conveniente atitude não existe no nosso meio governativo, aquilo a que se assiste, em demasiadas áreas que têm a ver com as tomadas de decisões, o que ocorre é a decadência progressiva de um País e as trapalhices sucedem-se sem que existam punições adequadas aos que, estando colocados em posições de decisão aos vários níveis e em que dão mostras de uma completa incompetência e de um encolher de ombros perante as consequências desastrosas resultantes, lá vão continuando usufruindo das regalias que as famílias partidárias concedem nos seus seios.
É indiscutível que não pode existir Democracia sem partidos políticos. E sendo até esta forma de actuação, de entre todo o leque de escolhas políticas, o que se pode considerar o menos mau, não é aceitável que ocorram situações declaradamente destruidoras do espírito de servir com absoluta honestidade, em que a acção do Homem, com esses defeitos que abundam por todo o lado, o egoísmo, a ambição desmedida, a vaidade confrangedora, destruam por completo as qualidades extraídas da vontade das maiorias.
Sujeitos, como nos encontramos, ``as circunstancias que a governação descuidada nos obrigam a suportar, tendo de ouvir os discursos repetitivos que, como sucedeu agora na comemoração do 5 de Outubro e em que, uma vez mais, José Sócrates nos castigou os ouvidos com as frases feitas que não significam indicação de um caminho estudado e coerente que nos tire do fundo do poço, neste estado resta-nos aguardar por uma espécie de milagre que, com FMI ou sem ele, com acordo na votação do Orçamento ou com o descalabro politico que nos atirará ainda mais para baixo se PS e PSD não chegarem a um acordo, neste estado nos encontramos.
Infelizmente chego a conclusão de que, com Republica ou com Monarquia, não ´´e por ai que encontraremos o caminho certo, porque, dando vivas ao Rei ou gritando vivas ``a Republica, os fulanos que se agarram ao poder são sempre aqueles que vivem ``a custa do poder e que dele auferem as regalias de que não desistem. Nos governos e nas oposições, nos grupos de empresários ou no topo dos sindicatos, dali ninguém os tira. Pois nos tempos modernos j´´a não ocorrem os regicídios e os montões de guarda-costas que protegem suas excelências preservam contra determinada loucura que esteja nas intenções de alguns tresloucados.

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