sábado, 23 de outubro de 2010

HORÁRIOS DAS LOJAS


RAPIDAMENTE e sem ocupar hoje muito espaço, deixando de lado o caso que se arrasta e que já cheira mal, pois não se vislumbra remédio para o que o ministro Teixeira dos Santos, com o Sócrates pelas costas, arrancou do fundo dos fundilhos, esse Orçamento do Estado que nos é imposto para o ano de 2011, vou apenas dedicar-me ao que já foi objecto de um escrito neste blogue mas que vale a pena atacar de novo, pois, para além da facilidade que é proporcionada aos clientes, pode aumentar alguma coisa a oferta de trabalho. Refiro-me ao que começa hoje de permitir que as grandes superfícies se encontrem abertas aos domingos de tarde.
Ora bem, aquilo que eu alvitrava tempos atrás era que os horários impostos aos estabelecimentos de comércio deixassem de ter a rigidez que, até agora, é a que é seguida pelas lojas no nosso País – embora se verifiquem muitas excepções, por exemplo com as classificadas como “lojas dos chineses”. Com o tão elevado número de desempregados que se verificam em Portugal, o mais natural era que deixasse de vigorar a obrigatoriedade de abrir e fechar os estabelecimentos de venda ao público com a imposição estabelecida em épocas que não se lutava com tantos cidadãos a necessitar de ocupação. Por isso, a proposta que eu fazia e que seria normal (em meu entender) que os governantes que temos tivessem dedicado alguma atenção, para acompanhar o referido Orçamento do Estado com a facilidade de cada comerciante decidir sobre o tempo que desejará ter aberto cada uma das suas lojas, desde que, evidentemente, o período de trabalho dos funcionários fosse respeitado. Essa sugestão teria a vantagem de alargar bastante a possibilidade de dar trabalho a uma maior número de desempregados, pois que até poderiam preencher as vagas que se verificassem nos casos em que, em vez de encerrarem às 19 horas, pudessem os que quisessem ficar abertos mais tempo e até abrir as portas aos domingos e feriados. E isso não só nos grandes centros comerciais, mas em todo o País e fossem quais fossem os tamanhos dos estabelecimentos, alargando mesmo às pequenas e médias empresas comerciais, pois são essas muitas vezes que proporcionam trabalho de diversas espécies.
Conceder apenas esse alargamento aos grandes espaços é criar ainda mais distância e possibilidade de defesa às pequenas lojas e isso não parece constituir uma ajuda aos que lutam com as concorrências dos maiores.
Uma vez mais, porém, os que governam no País não são capazes de ter uma visão correcta do que se passa no nosso País. Andam distantes das realidades. E deixaram mais uma marca da sua incompetência.
É isso que eu aqui repito neste blogue. Mas sem esperanças de que os múltiplos Sócrates deste País sejam capazes de ter consciência real do que faz falta aos que têm de suportar as agruras no nosso País.
Se for cada um que faz face às dificuldades com que luta e se entender que, sendo proprietário de um estabelecimento comercial, pretenda mantê-lo aberto à noite, aos domingos e feriados, e que, para o fazer, é obrigado a dar trabalho a mais pessoal, qual o motivo por que, nesta situação que atravessamos, é impedido de tomar essa medida?
A estupidez – pois não se pode dar outro nome – grassa no núcleo governativo, pois não se assiste a nenhum dos seus membros levantar a mais pequena objecção no que respeita a decisões que são anunciadas e que deixam marca, no futuro, aos que, tendo feito parte do Executivo actual e no anterior, todos com a marca Sócrates, ficam com a tatuagem fixada para toda a vida e só se espera que nesta Terra, de gente de pouca memória, não se venha a assistir mais tarde a posições bem remuneradas entregues a gente que pertenceu ao núcleo actual do Poder.
O lugar que foi agora entregue na administração de uma empresa que esteve sob observação numa comissão de inquérito e em que um dos inquiridores – um deputado da A.R. - recebeu agora o benefício de lhe ter sido proporcionado tal tarefa, muito bem remunerada ao ponto de desistir do seu lugar no Parlamento, essa amostra, semelhante a muitas outras parecidas, é bem a prova de que tudo pode acontecer neste Portugal que, nunca tendo sido um exemplo de bom comportamento, atingiu, nos últimos tempos, uma craveira vergonhosa em que já ninguém é capaz de lutar pela honestidade e pela ética.
Também, se o caminho que levamos é o do completo afundamento, pois que cada um procure salvar-se pelas portas que sejam… E quem não tem consciência!...

Sem comentários: