segunda-feira, 18 de outubro de 2010

CAVACO VEM AÍ!...


DARIA VONTADE de rir se não se tratasse de um caso que, em quaisquer circunstâncias, causa preocupação, ainda que a situação não tenha lugar no nosso País. Trata-se da revolta que ocasionou em França a medida anunciada de aumentar a idade da reforma dos profissionais de todas as áreas, de 60 para 62 anos. Imagine-se!, numa altura em que a média de vida do ser humano tem vindo a subir, ao ponto de hoje, especialmente nos países dados como desenvolvidos, os 80 anos não constituírem uma idade excessivamente avançada, terem os franceses a aspiração de pretender manter-se em funções laborais somente até uma altura em que os homens e mulheres, de uma forma geral, se encontram ainda em perfeita forma para não recolherem ao conforto do sofá, tal exigência não pode deixar de nos provocar alguma vontade de rir. E nós, portugueses, que já nos situamos na casa dos 65 anos para ser possível legalmente termos direito à passagem à situação de reformados, ainda reclamamos por estarmos a ser prejudicados por uma exigência que consideramos penosa. O Homem, de facto, nunca se encontra satisfeito com o que tem, se bem que, nas condições actuais em que vivemos em Portugal, mesmo sem levar em conta o conteúdo do Orçamento do Estado que foi dado a conhecer neste fim de semana passado, quem nos dera que fosse a situação económica e financeira em França aquela que estivesse a ser gozada pelos portugueses.
Mas, como já foi dito bastante sobre esse documento saído das cabeças dos governantes que temos nesta altura, com super responsabilidade para o primeiro-ministro e para o detentor da pasta das Finanças, não vou repetir agora o que deixei expresso no meu blogue diário e em que ficou bem claro que só a necessidade imperiosa, perante os observadores estrangeiros, de não passar uma imagem pérfida que complique ainda mais os empréstimos que necessitamos como pão para a boca, é só isso que me leva a ultrapassar a vontade de não parar de criticar o mau serviço prestado pelos referidos governantes.
E, já agora, vou-me debruçar sobre a circunstância que, devido à data da eleição do próximo Presidente da República e da limitação de prazos para que uma queda do Executivo possa ocorrer em período inadequado (sendo escusado repetir todo o esquema que impede dar esse passo), aproveito para agarrar a notícia que Marcello Rebelo de Sousa, na sua intervenção habitual de ontem na TVI, avançou, com base, segundo ele, numa informação por ele colhida, esperemos que de fonte segura – e digo isto porque, anos atrás, foi uma brincadeira sua com uma “notícia” por ele inventada, que deixou muito mal colocado o então director do “Independente”, Paulo Portas -, e em que Cavaco Silva anunciará a sua recandidatura à P.R., no próximo dia 26, às 20 horas, com indicação também do local, no Centro Cultural de Belém.
Sendo assim, indo ocorrer esse acontecimento logo após se ter tornado pública a posição dos partidos políticos em relação ao O.E., mais um motivo para que, nesta altura, pouco haja já a referir no que diz respeito ao que se encontra a apoquentar as cabeças deste povo lusitano que, tendo chegado a admitir, com excessivo optimismo, também é verdade, que a Revolução, por si só, tinha criado as condições para que o nosso País passasse a emparceirar com os melhores da Europa (isso também só na imaginação de José Sócrates), tais compatriotas nossos põem os olhos no chão e fazem contas à vida.
No ano de 2011, seja qual for o Governo, sente-se quem se sentar em Belém, o espectro que nos aguarda não é de molde a fazer-nos rir, mesmo que achemos graça à decisão francesa de aumentar a idade dos concorrentes à reforma.

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