sexta-feira, 17 de setembro de 2010

QUEM MUITO FALA....


MUITO GOSTA certa gente do nosso País de largar “bocas” publicamente, criando situações de conflito quando, devido até às posições que ocupam esses faladores, o recomendado seria que se mantivessem em silêncio, por muita razão que lhes assista o que provoca o levantarem a voz.
São muitas as situações que se passam no nosso País, sabido como é que não é das nossas características o fingirmos que não fomos atingidos por alguma ocorrência menos agradável. E, seja qual for a posição que ocupe o protagonista desses acontecimentos, a política sobretudo é a que está mais em causa e os ataques mútuos não dão descanso aos cidadãos que lá vão acompanhando os conflitos que têm lugar.
Sabendo-se que os que governam gozam de uma posição privilegiada e as oposições anseiam por derrubar os mais votados e ocupar os lugares dos outros, esses amuos, ainda que atingindo por vezes acusações graves de um lado e do outro, até se compreendem e não terão que ser levados muito a sério. Na altura das eleições é que é chegada a altura de escolher e não antes.
Mas que, na área desportiva, especialmente no caso dos futebóis, os responsáveis por clubes de nomeada se ponham na praça pública a lançar reptos, a ofender até os adversários, a provocar que os seus sócios organizem grupos de força para atacar os membros com que se irão defrontar, provocado verdadeiras manifestações de mau comportamento cívico, essa atitude não pode ser admitida e deveriam ser os próprios responsáveis principais pelas direcções respectivas a criar um ambiente que eliminasse as fúrias que é relativamente fácil criar nos adeptos de cada formação.
Sabendo, no entanto, o nível da maioria dos presidentes desses tais clubes de futebol, logo se conclui que a boa educação e as regras de comportamento que deveriam existir nessa área se encontram distantes de serem praticadas. Não vou indicar nomes, mas nem é necessário. É público e notório que, mesmo entre agrupamentos que se situam em cidades distintas, se alimentam rivalidades que ultrapassam o calor normal pelo clube que cada um segue. Só que não existe motivo nenhum para que, de um lado e de outro, não se verifiquem palavras de simpatia, mesmo que fingida, capazes de criar um clima em que apenas a rivalidade desportiva esteja em causa, sabendo-se que, cada vez que se realiza um jogo, o resultado que vier a ser apurado, com justiça ou sem ela, com sorte por um lado e menos fortuna do outro, é aquele que conta e não as acusações posteriores que são tanto do gosto especialmente dos que saem perdedores.
O que acabou de ocorrer com o caso Carlos Queiroz, dando mostras de excesso de mau comportamento de todos, desde o seleccionador que não se soube conter perante a inspecção média da droga, e antes com o seu atirar do casaco para o chão do campo, o que foi um gesto a todos os títulos criticável, e até à despropositada intervenção do secretário de Estado do Desporto, tudo isso constituiu a demonstração de que o sector do futebol sofre de excesso de palavreado e que seria bem melhor que se dedicassem mais a criar um conjunto representativo de Portugal mais preparado do que a gastarem energias a atacarem-se uns aos outros.
Afinal, como especialistas no desenrascanço que é a característica portuguesa, o passo que está a dar-se nesta altura é a de incluir José Mourinho para, desde Espanha e sem perder a sua actividade no Real Madrid, se desdobrar com a responsabilidade sobre a selecção portuguesa. E, para grandes males grandes remédios, ainda que, à hora a que escrevo, o clube espanhol esteja a declarar que não tem qualquer conhecimento formal no que respeita à possibilidade do treinador do seu clube vir a desempenhar funções cumulativas com o grupo português de futebol.
É assim. Quem, como acontece connosco, passa a vida a nadar atabalhoadamente para a praia à procura de salvamento, sempre mantém a esperança de que os problemas se hão-de resolver. Muito se fala, pouco se acerta!...

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