terça-feira, 21 de setembro de 2010

NOVO AEROPORTO?


QUE OS BLOGUES NÃO SERVEM PARA GRANDE COISA já muita gente sabe. Mas nem por isso se deixa de os preencher, sobretudo os que, como eu, todos os dias expressam a sua opinião, a angústia que existe perante os factos que ocorrem à volta neste pobre País e que constituem autênticas desgraças humanas, pois que os seus autores são gente igual a nós, mas que gozam de uma diferença: é que obtêm rendimentos escandalosos com as suas incompetências e ainda com enorme pesporrência se riem na nossa cara.
Vou-me referir hoje ao aeroporto que tem dado tanto que falar, desde o do “jamais” e até à nova versão que pretende que a obra de valor desmedido seja construída a vários quilómetros da capital, deixando, como se tornou um hábito das governações que temos tido, o seu pagamento para tempos futuros.
Portugal goza do privilégio, na sua cidade principal, de possuir um ponto de chegada e saída de aviões colocada praticamente dentro de Lisboa, o que provoca, por um lado, um ruído incómodo dos motores das naves aéreas sobre as nossas cabeças mas, por outro, permite as chegadas e as partidas não se situarem a grane distância dos hotéis e das casas dos lisboetas. E como não se pode ter tudo, pelo menos aquela facilidade é característica do aeroporto da Portela.
Como agora surgiu a ideia e que o volume de tráfego, dentro de alguns anos, ocupará todo o espaço e tempo do referido local, começaram a aparecer os interessados, sabe-se lá porquê – ou talvez até se saiba – que se ocupam a clamar pela necessidade de se construir um novo aeródromo e, naturalmente, andou-se na busca do local que conviesse a uns tantos interessados e a que o Governo deu acolhimento, pois que estas coisas das majestosas obras atrai sempre uma infinidade de gente que se cola como lapas na esperança de que lhe calhe algum benefício. E nisso, o que foi o antes do actual ministro das Obras Públicas, com todo aquele ar sapiente que põem os políticos quando ocupam um lugar de relevo, logo tomou posição e deixou marca registada com aquele estúpido dito do “jamais”!
Ora, o que não foi nunca esclarecido perante os portugueses que são os contribuintes para as despesas que o Estado faz, foi se havia possibilidade de esgotar o espaço de que ainda se dispõe na zona onde se situa, na chamada Portela, por forma a atrasar o mais que fosse conseguido a construção de um novo equipamento que tenha condições para atender o movimento aéreo comercial que é fundamental numa cidade importante. E, como é sabido, esse tipo de obras é de um custo tão elevado que, quer nos períodos atrasados, quer hoje e sobretudo no amanhã que será constituído por anos em que não se sabe quando Portugal se encontrará em condições de suportar as mínimas despesas que excedam o essencial do dia-a-dia.
Não há forma de os homens que se têm sentado nas cadeiras do poder e não se sabe se nos tempos para a frente eles aparecerão, sejam capazes de se limitar aos gastos e até mesmo aos investimentos que não obriguem a aumentar ainda mais as dívidas que temos sobre as costas. E o futuro, até o mais próximo, vai mostrar com clareza que sempre nos comportámos como os jogadores viciados que, sem olhar às consequências, continuam a sentar-se à mesa de pano verde, na esperança de que lhe saiam as cartas que os tirem do descalabro em que se meteram.
Se não tiverem emenda, há que enfiá-los num retiro e não os deixar meter a mão em nada de responsabilidade, pois que quem paga os seus erros são sempre os outros, neste caso os cidadãos portugueses.

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