sexta-feira, 20 de agosto de 2010

DESENCANTO POR ENQUANTO!...


Está dito e redito que Portugal é, cada vez mais, um País de velhos. Nem é preciso irmos propositadamente a uma terra do interior, a uma pequena aldeia seja onde for por esses campos fora, onde a juventude praticamente não existe, pois se nos sentarmos algum tempo numa rua de Lisboa ou do Porto ou mesmo de alguma das nossas cidades maiores a assistirmos ao movimento, para descobrirmos que o número maior de pessoas que passam é constituído por gente que deixou, há bastante tempo, de fazer parte dos homens de amanhã.
Dizem as estatísticas que o número de portugueses de idade é três vezes maior ao de novos. E isso quer dizer, entre outras coisas, que o futuro do nosso País está seriamente comprometido e que só contando com as crianças que nasçam entretanto, filhos de imigrantes, pessoas de outras origens e sem tradição lusitana, só concedendo a nossa nacionalidade a essas crianças de cores diferentes das nossas e de línguas e costumes paternos que não se assemelham aos que assumimos, apenas dessa forma será possível solucionar o escasso nascimento dos chamados portugueses de gema, o que, valha a verdade, até será possível que altere e melhore bastante a qualidade daquilo que somos hoje.
Como historicamente é sabido, aquilo que se pode chamar de características específicas dos portugueses surgiu de uma mistura de diferentes povos que, nos longínquos antanhos, resolveram vir instalar-se nesta Península e que, com as suas misturas em que interferiram os muçulmanos nos primeiros séculos da nossa era até à altura da sua expulsão, para além de franceses que, na sua invasão na zona das Beiras deixaram alguma marca, não esquecendo o que, no tempo de Afonso Henriques, surgiu da comunhão galaico-lusitana que, ainda hoje, constitui uma marca específica, este modelo situado nesta Península que, verdade seja dita, deveria ter grande satisfação (não gosto de usar a expressão orgulho) em ser bem diferente de todos os outros da Europa, nesta altura da vida e face às vagas de imigrantes que se instalam nesta ponta deveria cuidar de aumentar o rejuvenescimento das suas hostes, de forma a que não se confrontasse, daqui a poucos anos, perante a realidade de ver perdidas as ligações às suas origens.
Digo acima e reflicto sobre as consequências. Na verdade, perante os caminhos que têm sido seguidos no nosso País pelos maiores responsáveis da conduta nacional, face ao comportamento pouco recomendável, pelo menos dentro de portas, dos cidadãos portugueses, ninguém pode garantir que a introdução de sangue exterior no vaso que tem sido usado por cá não constitua uma melhoria que leve a que muito se altere no que diz respeito a levantarmos esta Pátria, com um passado histórico que muito nos honra, ao nível que nos deveria caber.
É mais uma esperança das muitas que acalentamos. E mais uma menos uma, não e por aí que se perde ou ganha alguma coisa. Toda a vida foi aí que constituiu a resistência que, a muito custo, conseguiu fazer com que tivéssemos chegado até aqui. Mal, mas vivos!



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