terça-feira, 15 de junho de 2010

LUSOFONIA

(trecho de um cântico longo da autoria de José Vacondeus)
Canto II

O mundo dormindo à nossa volta
não se preocupava com uns loucos
como nós, portugueses, cá à solta
e que por sinal éramos bem poucos
não levando em conta os nossos feitos
não se apercebendo da importância
e menos dos seus futuros proveitos

Só séculos depois lá despertaram
assustados entenderam então
que terras onde as nossas naus chegaram
passaram a ser da nossa comunhão
Que horror! Que injustiça, gritaram
um País tão pequeno não merece
aquilo que nos dizem que ganharam
mas que a nós, grandes, só enfurece

Todas as invejas não se esconderam
mais a mais se em terras africanas
grandes riquezas lá apareceram
e nem mesmo trovas camonianas
cantaram o que nós não descobrimos
estiveram lá anos enterradas
e o seu bom valor nunca sentimos
pois não chegaram lá nossas enxadas

Depois, a nossa visita a terras velhas
foi para recordar só os heróis
mas também para construir grelhas
para ajudar futuro no depois
de onde saímos escorraçados
sem jeito para mostrar nosso amor
levamos lá hoje alguns recados
mostramos nosso lado sedutor

E a verdade sim deve ser dita
recordando nosso comportamento
com toda aquela gente bem aflita
foi com alguma pena o momento
em que o nosso coração ficou
metade por lá onde estivemos
e até hoje não se explicou
como entendermo-nos não soubemos

Em África nossa língua ficou
melhor ou pior igual se fala
o luso-afro lá se implantou
e os naturais disso fazem gala
por muitos outros sítios se perdeu
a semente não pegou bem na terra
na Ásia e na China lá morreu
aquilo que a lusíada encerra

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