quarta-feira, 2 de junho de 2010

IDOSOS


Estive todo o dia sem internet e só agora é que consegui que a Clix me resolvesse o problema. Coisas deste País em que tudo é uma enorme dificuldade.

CADA VEZ me convenço mais de que a idade das pessoas que têm o habito de reflectir e de tentar encontrar respostas aos problema que se apresentam, essa constância tem alguns efeitos e, com naturalidade, surgem soluções e conceitos que demonstram como é valiosa a experiência de vida.
O artigo que Mário Soares publicou ontem no “Diário de Notícias”, em que torna públi8ca a sua opinião quanto aos efeitos que a crise está a causar nos portugueses das classes sociais mais desfavorecidas, nos jovens mas igualmente nos velhos e especialmente nas pessoas com pensões de miséria, na pobreza envergonhada, que é tão merecedora de consideração, e também nos empresários sem sucesso, esse texto não pode deixar de causar o maior sentido de cordialidade por parte dos que, mesmo nunca tendo sido seguidores das acções políticas do Homem que, tendo sido muita coisa de útil no nosso panorama nacional, agora, nos seus 85 anos de idade, não deixa cair os braços e utiliza os meios que ainda possui para lançar alto a sua voz de protesto ou de aplauso.
E é ele que se insurge contra os poderosos que continuam impunes e se atira contra o despesismo do Estado que continua a gozar da impunidade, acusando os poderes públicos de não interferirem no sentido de se pôr termo a uma política que tem conduzido o País ao estado em que se encontra. Quer dizer, Mário Soares, sem papas na língua, aponta o dedo ao Governo, portanto ao secretário-geral do seu Partido, José Sócrates, e não esconde o desapontamento que sente em relação ao resultado obtido pela sua actuação. Não o diz claramente, mas não deixa dúvidas no que se refere ao que pensa.
De igual modo, a si pertence o desacordo em relação ao apoio dado pelo PS à candidatura e Manuel Alegre à Presidência da República, apresentando como razões a esta sua atitude, as exclusivamente pertencentes à área política, pelo que acusa Sócrates de ter cometido um erro grave.
A preocupação que tenho vindo a demonstrar neste meu blogue no que diz respeito à situação cada vez mais derrapante em que se encontra o nosso País, apontando factos concretos e também não deixando de apontar soluções para alguns casos, este meu estado de espírito não se afasta daquilo que Mário Soares está agora a tornar conhecido, mesmo quando, como ele sabe, até aqui tenho-me desviado algumas vezes de certas preferências que o antigo Presidente da República defende. Ou defendeu. Mas, em Democracia, a não concordância total com um parceiro que tem ideias não condizentes com as nossas, não pode significar que, quando coincidimos, mantenhamos uma posição de adversidade, que só serve para não se encontrar nunca um entendimento, logo uma forma de se progredir num objectivo que, esse sim, pode ser comum.O receio a que Soares se refere de não serem de excluir actos de violência semelhantes aos que ocorreram na Grécia, consequência do desagrado popular face à governação que não corresponde à preferência dos habitantes, essa possibilidade já aqui apontei neste meu trabalho diário. E, tal como outras antecipações a acontecimentos que acabaram por suceder, só desejo que me engane no espectáculo desastroso que poderá surgir à cena e de que seremos todos nós, portugueses, a sofrer as consequências. Para além de tudo, pela má impressão que daríamos ao resto do mundo e à Europa que, melhor ou pior, sempre nos poderá deitar uma mão, em caso de extrema necessidade.

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