
“O PIOR SINAL que se poderia dar internacionalmente era comportarmo-nos sempre a mudar de planos” – esta a frase que José Sócrates resolveu tirar da manga para mostrar que se justifica que, da sua parte, se mantenha sempre, sem alterar, mesmo o que ficou provado que foi uma medida desacertada. É assim que se comportam os teimosos, os convencidos, os vaidosos com as obras que fazem, aqueles que não ouvem as opiniões dos outros, por muitos que eles sejam, porque a razão, segundo eles, se encontra sempre do seu lado.
E esta afirmação peremptória que, na visita que fez à Ovibeja – claro que o primeiro-ministro tem de andar sempre a tomar ar, em vez de estudar afincadamente os múltiplos problemas que Portugal tem para solucionar -, não se importando pelo facto de ter sido bastante vaiado e insultado pelos assistentes àquela feira de Beja. Tendo mesmo chegado a acrescentar: “Esse é o nosso plano e vamo-nos manter firmes”.
O que é que se pode fazer a um homem que, tendo conseguido chegar à posição de chefe de um Governo, se vivêssemos numa ditadura e tivesse sido, imaginemos, um sucessor de Salazar, a impressão que nos deixa é a de que seguiria fervorosamente o estilo do político das botas, com a diferença de que não conseguiria ser o guarda-livros poupado que, em vez de gastar desalmadamente, ia acumulando no Banco de Portugal toneladas de oiro, mesmo que fosse à custa de todas as carências do Povo português. Também Salazar não se teria preocupado com os computadores Magalhães, embora, nas escolas primárias se aprendesse mais do que acontece actualmente. Porém, sem o mínimo de saudades desse tempo horroroso – e quem o viveu em pleno, sabe bem o que foi -, não pode deixar de ter graça referir um acontecimento que se passou com um ministro da sua época, em que Salazar, que tinha marcado um encontro com essa personalidade, lhe telefonou pedindo para ele passar por S. João do Estoril, onde residia no Verão o ditador, pois “o seu carrito estava avariado”, referindo-se ao automóvel que se encontrava ao seu serviço. Se essa é uma diferença, com graça, em relação ao que ocorre hoje, em que cada membro do Governo tem ao seu dispor um lote de viaturas de luxo e vários motoristas disponíveis, mesmo assim tal não constitui grande escândalo, embora, de director-geral para baixo, devessem ser eliminados automóveis exclusivos e menos ainda condutores próprios às suas ordens, existindo, como eu tenho largamento opinado neste blogue, um serviço de carros concentrado e em que cada qualificado servidor do Estado teria de requisitar transporte, o qual chegaria o que estivesse disponível, com o motorista que também calhasse.
Mas tudo isto vem a propósito do finca-pé de Sócrates que, tendo subido excessivamente depressa de Zé Ninguém a personalidade saliente, não tem capacidade para meter a mão na consciência, reconhecer quando pratica erros – como qualquer mortal – e não ter receio de aparecer em público a pedir desculpa por uma determinada medida que admitia ser correcta mas que, depois de experimentada, saiu mal.
Não nos bastava a todos nós, portugueses, ter de sofrer as consequências de uma crise mundial que, podendo ter sido aliviada na nossa Terra, não o foi por inoperância do Governo, para, nesta fase de tortura e de perspectivas que espreitam com maiores limitações ainda do nosso estilo de vida e de aumento sucessivo de desemprego, há que suportar um primeiro-ministro com tais características de presunção injustificada.
Também não sei, é verdade, que político haveria por aí que, nas actuais circunstâncias, pudesse dar garantias de fazer um papel que não fosse tão afrontoso, como é o que Sócrates mostra. Pode-se admitir até que não seria fácil encontrá-lo, sobretudo porque o cargo e as suas consequências não se mostram muito apetitosos nas circunstâncias em que estamos.
Digo isto mas, provavelmente, haverá quem se ponha em sentido para ocupar um lugar importante como é o de primeiro-ministro. Mesmo tendo de pagar cara a ambição.
E esta afirmação peremptória que, na visita que fez à Ovibeja – claro que o primeiro-ministro tem de andar sempre a tomar ar, em vez de estudar afincadamente os múltiplos problemas que Portugal tem para solucionar -, não se importando pelo facto de ter sido bastante vaiado e insultado pelos assistentes àquela feira de Beja. Tendo mesmo chegado a acrescentar: “Esse é o nosso plano e vamo-nos manter firmes”.
O que é que se pode fazer a um homem que, tendo conseguido chegar à posição de chefe de um Governo, se vivêssemos numa ditadura e tivesse sido, imaginemos, um sucessor de Salazar, a impressão que nos deixa é a de que seguiria fervorosamente o estilo do político das botas, com a diferença de que não conseguiria ser o guarda-livros poupado que, em vez de gastar desalmadamente, ia acumulando no Banco de Portugal toneladas de oiro, mesmo que fosse à custa de todas as carências do Povo português. Também Salazar não se teria preocupado com os computadores Magalhães, embora, nas escolas primárias se aprendesse mais do que acontece actualmente. Porém, sem o mínimo de saudades desse tempo horroroso – e quem o viveu em pleno, sabe bem o que foi -, não pode deixar de ter graça referir um acontecimento que se passou com um ministro da sua época, em que Salazar, que tinha marcado um encontro com essa personalidade, lhe telefonou pedindo para ele passar por S. João do Estoril, onde residia no Verão o ditador, pois “o seu carrito estava avariado”, referindo-se ao automóvel que se encontrava ao seu serviço. Se essa é uma diferença, com graça, em relação ao que ocorre hoje, em que cada membro do Governo tem ao seu dispor um lote de viaturas de luxo e vários motoristas disponíveis, mesmo assim tal não constitui grande escândalo, embora, de director-geral para baixo, devessem ser eliminados automóveis exclusivos e menos ainda condutores próprios às suas ordens, existindo, como eu tenho largamento opinado neste blogue, um serviço de carros concentrado e em que cada qualificado servidor do Estado teria de requisitar transporte, o qual chegaria o que estivesse disponível, com o motorista que também calhasse.
Mas tudo isto vem a propósito do finca-pé de Sócrates que, tendo subido excessivamente depressa de Zé Ninguém a personalidade saliente, não tem capacidade para meter a mão na consciência, reconhecer quando pratica erros – como qualquer mortal – e não ter receio de aparecer em público a pedir desculpa por uma determinada medida que admitia ser correcta mas que, depois de experimentada, saiu mal.
Não nos bastava a todos nós, portugueses, ter de sofrer as consequências de uma crise mundial que, podendo ter sido aliviada na nossa Terra, não o foi por inoperância do Governo, para, nesta fase de tortura e de perspectivas que espreitam com maiores limitações ainda do nosso estilo de vida e de aumento sucessivo de desemprego, há que suportar um primeiro-ministro com tais características de presunção injustificada.
Também não sei, é verdade, que político haveria por aí que, nas actuais circunstâncias, pudesse dar garantias de fazer um papel que não fosse tão afrontoso, como é o que Sócrates mostra. Pode-se admitir até que não seria fácil encontrá-lo, sobretudo porque o cargo e as suas consequências não se mostram muito apetitosos nas circunstâncias em que estamos.
Digo isto mas, provavelmente, haverá quem se ponha em sentido para ocupar um lugar importante como é o de primeiro-ministro. Mesmo tendo de pagar cara a ambição.
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