sábado, 29 de maio de 2010

HÁ MUITO A FAZER!...


QUE ISTO POR CÁ anda verdadeiramente frustrante nem vale a pena repetir. É isso mesmo que eu tenho demonstrado neste meu blogue, ao ponto de me encontrar saturado de bater repetidamente na teimosa tecla. No panorama político, como é natural em Democracia, os detentores do poder e as oposições defendem pontos de vista diferentes, até antagónicos nos extremos, e, sobretudo porque a crise que serve também de enorme escusa não proporciona grandes alternativas. São mais as ameaças do que as posições com efeitos práticos. E a “massa falida”, para chamar-lhe alguma coisa, mantém-se num arrastamento a aguardar que se verifique uma porta de saída que não deixe demasiado mal vistos os contendores. O Presidente da República, com eleições já à vista, também não deseja correr excessivos riscos de ver os potenciais apoiantes mudarem de preferência ou, em derradeira atitude, optarem pelo voto em branco. Daí também, talvez, a sua anuência em relação aos casamentos “gays”, embora sendo nítida a sua opinião contrária.
Quer isto dizer, portanto, que não nos encontramos perante um clima que leve a enfrentar a situação dentro das regras democráticas, ou seja através de uma queda do Executivo, por via de qualquer sistema constitucionalmente aceitável. Também não se descortina a existência de uma frente, militar ou outra, que faça prever uma mudança forçada da situação nacional. De igual modo, perante a exposição externa que, nesta altura, é da maior importância que não dê mostras de fragilidade tanto política como social, já que a económica é do domínio de todos os observadores, para não se perder cada vez mais a possibilidade de recorrermos aos empréstimos do exterior, o mais prudente é mantermos a aparência, pelo menos essa, de que vamos conseguindo sustentar um esquema que, com os pesados apertos fiscais que surgiram agora, poderá conseguir equilibrar as contas públicas.
Por outro lado, ainda que sejam compreensíveis os protestos que se verificam na área laboral portuguesa, tanto as manifestações nas ruas como as greves que são propostas e efectuadas por iniciativa de organizações sindicais, com a CGTP em primeiro plano, todas essas demonstrações de frontalidade não têm outro resultado que não seja contribuir para aumentar a dureza do problema, com incómodos que se traduzem em mais gastos, quer do erário público quer da zona privada. Para não falar na diminuição de produtividade, que é um dos sectores que mais necessita de instigação aos portugueses para contribuírem, o melhor que for possível, para modificar, de forma drástica, o défice de produção que se arrasta há muitos anos no nosso País.
Perante este panorama, que é possível concluir de modo a encontrar uma solução para o drama que nos é apresentado e em que os aumentos, na área da fiscalidade, sobrecarregam cada vez mais os bolsos, já tão vazios, dos contribuintes de baixa valia? Todos os comentadores que, nesta fase, já não escondem o seu pessimismo, ainda que, há relativamente pouco tempo, ou não dessem claramente mostras da situação grave que já se vivia ou até enfileiravam no optimismo criminoso do Governo, esses não conseguem manter os pontos de vista, ditos positivos, e não se retraem quanto a lançar avisos em relação ao que se perfila para fazer sofrer ainda mais os nossos cidadãos.
O tema do corte nas despesas públicas tem sido, finalmente, o que mais salta da boca e da ponta das canetas dos mesmos comentadores. E, alguns deles, foram os críticos que enviaram comentários a este meu blogue, pois os que o lêem sabem que, desde há bastante tempo, clamo por esse via e aponto os items que merecem e mereciam a intervenção dos governantes. Só que, ainda há muita coisa para fazer na referida área. Nem entendo, por isso, o motivo por que José Sócrates, o tal dito homem de convicções fortes e, mesmo praticando a mentira sem complexos, não mete a mão de vez em todos os dispêndios excessivos que fazem empobrecer o já miserável tesouro público. Se é tão valente como quer fazer crer, atire-se de cabeça aos mais ricos, aplique regras que doam os poderosos – sobretudo os que vivem dos dinheiros do Estado – e, só então, embora excessivamente tarde, pois as medidas de poupança deveriam ter começado há cerca de dois anos, poderá dar mostras de que só peca pelo atraso.
Com tantos assessores ao seu serviço, haverá algum que talvez leia este blogue. E, mesmo sem indicar a origem das indicações que tenho aqui registado, siga os que considerar mais úteis.

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