quinta-feira, 20 de maio de 2010

ESTÁ PROIBIDO


A ENTREVISTA que o primeiro-ministro concedeu à RTP e em que, embora com poucas esperanças, alguns portugueses aguardariam que alguma coisa de novo viesse a ser apresentada, afinal, como os já convencidos da inoperância de Sócrates puderam confirmar, não serviu para mais nada que não fosse aumentar o desconsolo no que se refere à actuação de uma personagem que, ao longo dos anos que tem estado à frente de dois Governos, não conseguiu fazer aquilo que se lhe impunha e que era o de, avisado como se estava da crise que veio caminhando também na nossa direcção, fossem tomadas as medidas essenciais para, em vez de ter gasto desalmada e loucamente os nossos parcos recursos, conseguisse que nos fôssemos precavendo para evitar a situação drástica de que agora não podemos fugir.
Sim, porque não serve de nada colocarmo-nos agora na posição de enraivecidos pelo facto de terem sido apresentadas medidas que, de uma vazada, nos atingem drasticamente no nível, já tão baixo, que temos em Portugal. Todas as atitudes que os sindicatos, a CGTP, e todos os movimentos tidos como “defensores” dos chamados trabalhadores – expressão que eu abomino, porque todos nós temos de trabalhar, seja no que for, e não apenas os que estão colocados em fábricas e similares -, não importa o tipo de manifestações que façam, incluindo (e sobretudo essas) as inúteis greves. O que está, está. Já não nos podemos libertar deste martírio que o Governo, até por imposição de Bruxelas, queira ou não José Sócrates admiti-lo, foi forçado a inclui-lo nas obrigações fiscais que o Estado português, a partir do próximo dia 1 de Julho, não perdoará.
Tudo o que se queira agora dizer ao Homem que exerce as funções de chefe do Executivo nacional, por muito que estejamos – e estamos – completamente enfurecidos com a sua actuação ao longo dos anos em que foi, pelos vistos, mal escolhido pelos votos dos portugueses – em dois escrutínios que ocorreram, há que sublinhá-lo -, essa atitude não alivia o sacrifício que nos é exigido. Para trás já ninguém remedeia. E, para a frente, o único que nos assiste é ir aguentando e são palavras como as que nos dirigiu ontem o presidente da Caixa Geral de Depósitos, declarando que ”o momento é sério”, que podem servir, ainda que tarde demais – como eu tenho proclamado variadas vezes neste meu blogue que clamou pelo esclarecimento do Povo através da verdade -, para preparar os portugueses para o que nos aguarda de negro no próximo futuro.
Mudar de Governo, “correr” com o Sócrates do lugar que ocupa, numa altura, como esta, em que as mudanças políticas só servem para sobrecarregar ainda mais de gastos do pouco que se encontra nos cofres quase vazios do Estado, e isso para além de criarem ainda uma maior desconfiança nos, embora já poucos, eventuais emprestadores de fundos a Portugal.
É preciso ir repetindo até à exaustão que é nas despesas que se tem de cortar drasticamente. Tudo que não represente um benefício imediata para o nosso País, que não dê emprego real – e não fictício -, que não reverta em lucros à vista, que não sirva para a balança de pagamentos beneficiar com o que for investido, mas pouco, se não forem esses os resultados é forçoso que se diga a José Sócrates que ESTÁ PROIBIDO de empreender. Já se sabe que o Homem é lunático. Que está plenamente convencido de que tudo que faz é o melhor. Que não há ninguém mais capacitado do que aquilo que resulta das suas iniciativas. Que só tem certezas e que nunca se engana (já houve outro que também disse isso). A essas afirmações ridiculamente teimosas já nem vale a pena responder. Que fale sozinho. Mas não o podemos deixar que continue a desbaratar o pouco que sobra.
Esta agora, de ter contratado 12 motoristas ao sector privado para o seu gabinete, em lugar, como eu tenho aqui largamento lançado a ideia, de criar um serviço de atendimento dos pedidos de carro e motorista, com o automóvel que fosse e o condutor que estivesse disponível, essa mordomia prova bem como os exemplos não vêm de cima e as excelências não claudicam dos seus confortos, muito embora ao Povo sejam exigidos os maiores sacrifícios.
Não convém correr agora com esse perdulário, mas, logo que isso seja possível, haverá que pô-lo a andar e não consentir em que se lha arranje outro lugar onde vá auferir grandes e chorudos benefícios. Pelo contrário: que se lhe desconte no ordenado uma percentagem para ir descontando nas “burrices”.

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