
PASSOU o 1º de Maio e eu sem computador. Foi exactamente no Dia do Trabalhador que esta máquina diabólica resolveu deixar-me sem Internet. E sendo um sábado e logo depois o domingo, não pude contar com a ajuda de um trabalhador para me resolver este problema. Limitei-me a ouvir o Carvalho da Silva, o trabalhador que tem um emprego há anos, a CGTP, que preencheu um largo período da tarde da televisão, clamando contra os capitalistas que são, afirmou ele, os culpados da crise que atravessamos e apelando para os direitos dos trabalhadores, que, segundo disse e redisse, são os únicos sacrificados do mal que cá chegou.
Foram, por isso, dois castigos. O do aparelho que, hoje em dia, faz enorme falta para podermos registar o que nos atormenta na nossa cabeça, e o chefe dos sindicalistas que, com gritos de raiva, se insurgiu contra os baixos salários dos que trabalham, dos subsídios de desemprego que não devem ser tocados e contra a burguesia que é uma camada de malandros, os patrões, que cada vez mais sacrificam os trabalhadores.
Pois foi isto que me sucedeu ao mesmo tempo. E me deixou ainda mais desconsolado com o País que temos. Com os Sócrates, por um lado, e com os Carvalhos da Silva, por outro. E sem poder enviar o meu blogue, como faço todos os dias, mas, ao mesmo tempo, também não sobrecarregando aqueles que me lêem com mais uma opinião, que vale tanto como o que aqueles dois afirmam.
Se, por um lado, ouvimos o primeiro-ministro, como o fez na Assembleia da República, com demonstrações de querer manter as acções de dispêndio e de endividamento que todos sabem que não podem ser sequer pensados, sem indicação de projectos coerentes que criem o espírito de fomento da produtividade, que é coisa que, por cá, em Portugal, nunca existiu em termo reais, até mesmo desde a criação do País, e, por outro lado, tomámos conhecimento daquilo que Carvalho da Silva deitou pela boca fora, deixando a convocatória para, no dia 29 de Maio, se levar a cabo mais uma manifestação dita grandiosa, em que os trabalhadores irão reivindicar trabalho para os desempregados.
Como é que podemos ficar descansados quando é este o panorama que se apresenta aos portugueses, em que só somos capazes de usar a voz para mostrarmos que existimos e, no que diz respeito a fazer obra, a sermos produtivos, a enriquecermos Portugal com o nosso esforço, a exportarmos aquilo que formos capazes de produzir, a sabermos tirar partido do mundo que gira em redor e não fazer como quando só descobrimos mas não conseguimos extrair proveito dessa nossa chegada em primeiro lugar, por culpa dos que mandam e dos que obedecem, dos patrões (dos chefes) e dos trabalhadores (dos cidadãos) – se queremos, de facto, estabelecer essa divisão -, se não conseguimos deixar de ser perdulários e só gastarmos o que temos na carteira, se não fizermos nada disso, bem podem os Sócrates e os Carvalhos da Silva que temos por cá produzir discursos, os quais não solucionam nenhum problema.
O que o 1.º de Maio deveria incutir em todos os cidadãos portugueses, pois é isso que faz falta se este País quer, de facto, salvar-se do afundamento que ameaça a nossa vivência, é o espírito da produtividade, com empresas bem geridas e com funcionários que se dediquem, com toda a convicção de que não podem gastar o tempo com frivolidades (vejam como a Alemanha saiu do estado em que ficou depois da Grande Guerra, que perdeu e em que ficou destruída, sendo hoje a mais forte do grupo europeu), e, evidentemente, com um Governo que dê o exemplo de saber conduzir com competência a Nação.
É com um José Sócrates e com um Carvalho da Silva, para falar apenas nestes dois, que iremos lá? Ou será preciso que todos os portugueses, todos, metam a mão na consciência e sejam capazes de, com a maior humildade e sem preconceitos de patriotismos serôdios, reconhecer que o nosso comportamento como cidadãos, em que damos sempre mostra de que a nossa tendência é a de não seguir as regras, é a de desobedecer o que é para o bem de todos, é de usarmos de toda a esperteza para trabalharmos menos e de não cumprirmos horários e usarmos os telefones de serviço para uso próprio, o de sacrificarmos os funcionários e não sermos capazes de organizar as funções de quem serve com capacidade de produzir mais, melhor e com menos esforço, é com tudo isso e com o que falta aqui enumerar que julgamos ser possível sarar as feridas nacionais de séculos?
É isto tudo que eu, que percorri o mundo quase inteiro e assisti ao que se passa em muitos lugares da nossa Esfera, contemplo ma minha janela da vida. Mas, como sou um de todos nós, não me excluo. Também mereço o que sofro.
Ah! E já agora explico o título deste blogue de hoje: é que, com a ajuda de um estimado vizinho, conseguiu-se ultrapassar o problema do computador. E lá sai sem a participação de um trabalhador, que hoje, feriado e Dia do mesmo, não havia nenhum disponível. E, já agora, pergunto: não será de criar uma espécie de “bombeiros dos computadores”? Com tantos desempregados que há e bastantes saberão mexer nestes aparelhos, para emergências de fins de semana e de noite teriam certamente quem os chamasse tipo distribuidores de pizas. O Carvalho da Silva não se lembra disso ou tamanho encargo é demais ou é contra os que ele tanto diz que pretende defender?
Foram, por isso, dois castigos. O do aparelho que, hoje em dia, faz enorme falta para podermos registar o que nos atormenta na nossa cabeça, e o chefe dos sindicalistas que, com gritos de raiva, se insurgiu contra os baixos salários dos que trabalham, dos subsídios de desemprego que não devem ser tocados e contra a burguesia que é uma camada de malandros, os patrões, que cada vez mais sacrificam os trabalhadores.
Pois foi isto que me sucedeu ao mesmo tempo. E me deixou ainda mais desconsolado com o País que temos. Com os Sócrates, por um lado, e com os Carvalhos da Silva, por outro. E sem poder enviar o meu blogue, como faço todos os dias, mas, ao mesmo tempo, também não sobrecarregando aqueles que me lêem com mais uma opinião, que vale tanto como o que aqueles dois afirmam.
Se, por um lado, ouvimos o primeiro-ministro, como o fez na Assembleia da República, com demonstrações de querer manter as acções de dispêndio e de endividamento que todos sabem que não podem ser sequer pensados, sem indicação de projectos coerentes que criem o espírito de fomento da produtividade, que é coisa que, por cá, em Portugal, nunca existiu em termo reais, até mesmo desde a criação do País, e, por outro lado, tomámos conhecimento daquilo que Carvalho da Silva deitou pela boca fora, deixando a convocatória para, no dia 29 de Maio, se levar a cabo mais uma manifestação dita grandiosa, em que os trabalhadores irão reivindicar trabalho para os desempregados.
Como é que podemos ficar descansados quando é este o panorama que se apresenta aos portugueses, em que só somos capazes de usar a voz para mostrarmos que existimos e, no que diz respeito a fazer obra, a sermos produtivos, a enriquecermos Portugal com o nosso esforço, a exportarmos aquilo que formos capazes de produzir, a sabermos tirar partido do mundo que gira em redor e não fazer como quando só descobrimos mas não conseguimos extrair proveito dessa nossa chegada em primeiro lugar, por culpa dos que mandam e dos que obedecem, dos patrões (dos chefes) e dos trabalhadores (dos cidadãos) – se queremos, de facto, estabelecer essa divisão -, se não conseguimos deixar de ser perdulários e só gastarmos o que temos na carteira, se não fizermos nada disso, bem podem os Sócrates e os Carvalhos da Silva que temos por cá produzir discursos, os quais não solucionam nenhum problema.
O que o 1.º de Maio deveria incutir em todos os cidadãos portugueses, pois é isso que faz falta se este País quer, de facto, salvar-se do afundamento que ameaça a nossa vivência, é o espírito da produtividade, com empresas bem geridas e com funcionários que se dediquem, com toda a convicção de que não podem gastar o tempo com frivolidades (vejam como a Alemanha saiu do estado em que ficou depois da Grande Guerra, que perdeu e em que ficou destruída, sendo hoje a mais forte do grupo europeu), e, evidentemente, com um Governo que dê o exemplo de saber conduzir com competência a Nação.
É com um José Sócrates e com um Carvalho da Silva, para falar apenas nestes dois, que iremos lá? Ou será preciso que todos os portugueses, todos, metam a mão na consciência e sejam capazes de, com a maior humildade e sem preconceitos de patriotismos serôdios, reconhecer que o nosso comportamento como cidadãos, em que damos sempre mostra de que a nossa tendência é a de não seguir as regras, é a de desobedecer o que é para o bem de todos, é de usarmos de toda a esperteza para trabalharmos menos e de não cumprirmos horários e usarmos os telefones de serviço para uso próprio, o de sacrificarmos os funcionários e não sermos capazes de organizar as funções de quem serve com capacidade de produzir mais, melhor e com menos esforço, é com tudo isso e com o que falta aqui enumerar que julgamos ser possível sarar as feridas nacionais de séculos?
É isto tudo que eu, que percorri o mundo quase inteiro e assisti ao que se passa em muitos lugares da nossa Esfera, contemplo ma minha janela da vida. Mas, como sou um de todos nós, não me excluo. Também mereço o que sofro.
Ah! E já agora explico o título deste blogue de hoje: é que, com a ajuda de um estimado vizinho, conseguiu-se ultrapassar o problema do computador. E lá sai sem a participação de um trabalhador, que hoje, feriado e Dia do mesmo, não havia nenhum disponível. E, já agora, pergunto: não será de criar uma espécie de “bombeiros dos computadores”? Com tantos desempregados que há e bastantes saberão mexer nestes aparelhos, para emergências de fins de semana e de noite teriam certamente quem os chamasse tipo distribuidores de pizas. O Carvalho da Silva não se lembra disso ou tamanho encargo é demais ou é contra os que ele tanto diz que pretende defender?
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