SE ME PUSESSEM A QUESTÃO de ter de resolver o problema da burocracia, se me coubesse essa difícil tarefa de encontrar a forma de ultrapassar a chamada papelada, os triplicados e quadruplicados que são impostos tantas vezes por serviços públicos a que se recorre para resolver uma questão pendente, tenho de confessar que não era portador de uma solução tirada assim do chapéu. Seria obrigado a pensar muito, a formular várias tentativas de resposta, a não ter grande dificuldade em determinados casos mas, no cômputo geral, numa tomada de posição que servisse a generalidade das situações, aí, seguramente, não seria capaz de, no estado em que se encontra todo o esquema que provoca tantas dificuldades e demoras, ter a medida exacta e generalista que pusesse termo a essa arrepiante travão da actividade humana.
E, segundo parece, tal maleita onde impera com mais galhardia é nos países latinos, sendo que Portugal, para ser campeão de alguma coisa, se situa à cabeça desse grupo.
Na verdade, neste nosso cantinho existe a ideia de que há um determinado prazer em não ver simplificada a vida do próximo. Verifica-se a impressão de que não gostamos, todos nós, que os outros resolvam os seus problemas com excessiva facilidade. E, como a administração pública é composta por lusitanos de gema, sendo que os seus superiores surgem exactamente dessa mole popular e os cumpridores do estabelecido pelas cabeças acima também não fazem nenhum esforço em aliviar as exigências, é na burocracia que depositam todos os seus maus humores, a qual constitui até uma espécie de vingança por o público que acorde aos guichets não pertencer ao grupo dos funcionários públicos. Isto digo eu, mas admito que estarei a exagerar.
Seja como for, o que não constitui um ponto de vista que possa ser incluído no mundo das dúvidas é exactamente esse da peste da burocracia e mesmo com a chegada e uso profuso da Internet, tal facilidade não serve, neste nosso País, para eliminar as duplicações que vêm do tempo do papel químico. Trata-se de uma doença transmissível que os burocratas não abandonam e que passa, de geração em geração, por não sermos capazes de resolver os problemas, ainda que as novas tecnologias ofereçam condições para se mudar o rumo dos “empanturranços”.
Mas, eu quando digo, para não me comprometer, que não tenho a solução milagrosa para pôr fim à burocracite aguda de que padecemos, sempre me atrevo a adiantar que, pelo menos, criando um curso rápido, de 2 a três dias, para que todos os funcionários públicos pudesse frequentar sem afastamento demasiado longo dos serviços – e isso, incluindo desde directores-gerais -, cujo efeito seria o de introduzir no espírito desses trabalhadores a tendência para facilitar, tanto quanto possível, a rapidez de execução, procurando evitar as paralisações habituais de papelame, de secretária em secretária, de repartição em repartição, o que normalmente se traduz em meses e até anos de demora dos portugueses que são obrigados a sofrer as consequências dos que não têm pressa nenhuma em fazer andar o País.
Se esta achega não tem pernas para andar, então que se instituam outras formas, mas manter-se o estado de sonolência que existe entre nós, provavelmente desde o rei Afonso Henriques, sobretudo agora com a junção da crise que também vai servindo de desculpa para tudo e para nada, a isso é que é forçoso pôr termo, e se não fosse por outras razões pelo menos com o argumento de que as empresas estrangeiras que pretendem instalar-se por cá não se sujeitam a esperas de autorização que os investimentos paralisados não suportam.
Pensem nisto os “timoneiros” governamentais, se é que são capazes de cansar o cérebro!...
E, segundo parece, tal maleita onde impera com mais galhardia é nos países latinos, sendo que Portugal, para ser campeão de alguma coisa, se situa à cabeça desse grupo.
Na verdade, neste nosso cantinho existe a ideia de que há um determinado prazer em não ver simplificada a vida do próximo. Verifica-se a impressão de que não gostamos, todos nós, que os outros resolvam os seus problemas com excessiva facilidade. E, como a administração pública é composta por lusitanos de gema, sendo que os seus superiores surgem exactamente dessa mole popular e os cumpridores do estabelecido pelas cabeças acima também não fazem nenhum esforço em aliviar as exigências, é na burocracia que depositam todos os seus maus humores, a qual constitui até uma espécie de vingança por o público que acorde aos guichets não pertencer ao grupo dos funcionários públicos. Isto digo eu, mas admito que estarei a exagerar.
Seja como for, o que não constitui um ponto de vista que possa ser incluído no mundo das dúvidas é exactamente esse da peste da burocracia e mesmo com a chegada e uso profuso da Internet, tal facilidade não serve, neste nosso País, para eliminar as duplicações que vêm do tempo do papel químico. Trata-se de uma doença transmissível que os burocratas não abandonam e que passa, de geração em geração, por não sermos capazes de resolver os problemas, ainda que as novas tecnologias ofereçam condições para se mudar o rumo dos “empanturranços”.
Mas, eu quando digo, para não me comprometer, que não tenho a solução milagrosa para pôr fim à burocracite aguda de que padecemos, sempre me atrevo a adiantar que, pelo menos, criando um curso rápido, de 2 a três dias, para que todos os funcionários públicos pudesse frequentar sem afastamento demasiado longo dos serviços – e isso, incluindo desde directores-gerais -, cujo efeito seria o de introduzir no espírito desses trabalhadores a tendência para facilitar, tanto quanto possível, a rapidez de execução, procurando evitar as paralisações habituais de papelame, de secretária em secretária, de repartição em repartição, o que normalmente se traduz em meses e até anos de demora dos portugueses que são obrigados a sofrer as consequências dos que não têm pressa nenhuma em fazer andar o País.
Se esta achega não tem pernas para andar, então que se instituam outras formas, mas manter-se o estado de sonolência que existe entre nós, provavelmente desde o rei Afonso Henriques, sobretudo agora com a junção da crise que também vai servindo de desculpa para tudo e para nada, a isso é que é forçoso pôr termo, e se não fosse por outras razões pelo menos com o argumento de que as empresas estrangeiras que pretendem instalar-se por cá não se sujeitam a esperas de autorização que os investimentos paralisados não suportam.
Pensem nisto os “timoneiros” governamentais, se é que são capazes de cansar o cérebro!...
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