ANDA JÁ há algum tempo a anunciar que vai concorrer às eleições para a Presidência da República, o que talvez possa ser considerado como tratando-se de uma proposição excessivamente antes do tempo ideal. O seu concorrente principal – porque poderão surgir ainda outras disposições semelhantes, como é costume suceder -, Aníbal Cavaco Silva, gozando da posição privilegiada por se tratar de disposição para repetir as funções que já exerce, parece não estar muito preocupado com a concorrência. Dizem os hábitos que, naquele lugar, quem se submete a novo escrutínio por se encontrar já a desempenhar o papel que venceu da primeira vez, vê sempre repetido o exercício anterior, até porque não lhe é permitido sujeitar-se a nova votação. São oito anos e fica por aí.
Pois Manuel Alegre, com uma caminhada já sua conhecida, pretende tentar de novo a possibilidade de se instalar no Palácio de Belém, e, para isso, é natural que busque os apoios que considerar mais fiáveis, entregando-se desde agora à tarefa de percorrer o País e de estar presente em almoços e jantares, bem à portuguesa, que lhe são proporcionados em vários locais do nosso território e sempre com demonstrações de grande entusiasmo por parte dos apaniguados que os há sempre à espreita de uma oportunidade que as circunstâncias poderão proporcionar se…
No entanto, mesmo tendo sido constatado que Cavaco Silva não se mostrou nunca disposto a dar mostras inequívocas de discordância com algumas atitudes, políticas e não só essas, tomadas pelo Governo de Sócrates – e também os momentos que se atravessaram não foram os mais apropriados para criar ambientes de tensão, pois houve sempre que atender que não convinha transferir lá para fora, para os credores, um panorama de desentendimento -, apesar dessa ausência de posição clara o mais expectável é que os portugueses não se sintam muito animados a fazer agora experiências com a mudança do primeiro Magistrado da Nação. Isto é o que eu penso, mas não é de descurar outra hipótese e, neste caso, o depósito da maioria dos votos no poeta político será de levar em conta. Mas ainda estamos longe do momento concreto.
Manuel Alegre, que esteve exilado largos anos na Argélia, onde compartilhou com o meu saudoso Fernando Piteira Santos uma fuga da perseguição da PIDE, sofreu na pele os efeitos da ditadura. É, por isso, alguém que tem experiência do que representou ter enfrentado um sistema que não perdoava a quem não comungava desses ideais, coisa que, na larga maioria dos políticos que se repimpam hoje com as regalias de que usufruem todos os que só passaram a existir depois do 25 de Abril, não é muito corrente encontrar parceiros. E essa posição tem de constituir um activo que, com o andar dos tempos, tem vindo a perder valor.
Será, porém, que os portugueses levarão muito em conta essa circunstância? Eu, por mim, julgo que não. Todos os cidadãos nacionais que passaram já a chamada meia-idade, ou seja que viveram mesmo o regime da “outra Senhora”, uns muito desiludidos com a falta de competência em ter sido bem utilizada a Democracia que tanto se aspirava e outros já com as esperanças perdidas de assistirem a um Portugal que compense o mau que se passou antes, não serão capazes de acreditar que tudo valeu a pena.
Só nos resta, portanto, é sentarmo-nos e esperar…
Pois Manuel Alegre, com uma caminhada já sua conhecida, pretende tentar de novo a possibilidade de se instalar no Palácio de Belém, e, para isso, é natural que busque os apoios que considerar mais fiáveis, entregando-se desde agora à tarefa de percorrer o País e de estar presente em almoços e jantares, bem à portuguesa, que lhe são proporcionados em vários locais do nosso território e sempre com demonstrações de grande entusiasmo por parte dos apaniguados que os há sempre à espreita de uma oportunidade que as circunstâncias poderão proporcionar se…
No entanto, mesmo tendo sido constatado que Cavaco Silva não se mostrou nunca disposto a dar mostras inequívocas de discordância com algumas atitudes, políticas e não só essas, tomadas pelo Governo de Sócrates – e também os momentos que se atravessaram não foram os mais apropriados para criar ambientes de tensão, pois houve sempre que atender que não convinha transferir lá para fora, para os credores, um panorama de desentendimento -, apesar dessa ausência de posição clara o mais expectável é que os portugueses não se sintam muito animados a fazer agora experiências com a mudança do primeiro Magistrado da Nação. Isto é o que eu penso, mas não é de descurar outra hipótese e, neste caso, o depósito da maioria dos votos no poeta político será de levar em conta. Mas ainda estamos longe do momento concreto.
Manuel Alegre, que esteve exilado largos anos na Argélia, onde compartilhou com o meu saudoso Fernando Piteira Santos uma fuga da perseguição da PIDE, sofreu na pele os efeitos da ditadura. É, por isso, alguém que tem experiência do que representou ter enfrentado um sistema que não perdoava a quem não comungava desses ideais, coisa que, na larga maioria dos políticos que se repimpam hoje com as regalias de que usufruem todos os que só passaram a existir depois do 25 de Abril, não é muito corrente encontrar parceiros. E essa posição tem de constituir um activo que, com o andar dos tempos, tem vindo a perder valor.
Será, porém, que os portugueses levarão muito em conta essa circunstância? Eu, por mim, julgo que não. Todos os cidadãos nacionais que passaram já a chamada meia-idade, ou seja que viveram mesmo o regime da “outra Senhora”, uns muito desiludidos com a falta de competência em ter sido bem utilizada a Democracia que tanto se aspirava e outros já com as esperanças perdidas de assistirem a um Portugal que compense o mau que se passou antes, não serão capazes de acreditar que tudo valeu a pena.
Só nos resta, portanto, é sentarmo-nos e esperar…
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