terça-feira, 20 de abril de 2010

NÃO APRENDEMOS!


NA VERDADE já não se pode. A paciência tem limites. É que, neste País, os acontecimentos que se sucedem vão dando mostras de que não conseguimos, nós portugueses, quer sejamos elementos situados no poder ou estejamos a fazer parte da população geral, não somos capazes de ter a cabeça bem colocada no seu lugar e, especialmente numa altura em que temos para enfrentar situações bem difíceis que ninguém sabe se conseguiremos levar a bom porto, desperdiçamos toda a nossa capacidade em acções que não constituem a menor valia para lá chegarmos. E temos o ano de 2013 como limite imposto pelo PEC.
Na área da governação já nem é preciso pôr mais na carta. Quem lá está parece ter esgotado todas as medidas que nos podem levar a concluir que Portugal conseguirá ultrapassar a situação a que o fizeram chegar. Cada dia que passa é maior o número de especialistas em economia que asseveram que não seremos capazes de fugir de uma situação em tudo semelhante à que a Grécia já defronta.
Já há bastante tempo que, neste blogue, tenho vindo a lançar o aviso de que se impunha avançar com resoluções que ainda fossem a tempo de podermos escapar do pior. Mas não estive e cada vez estou menos isolado. Foram crescendo as intervenções que, sobretudo aos espectadores das várias estações de televisão, avisavam que o perigo estava à espreita. Apesar disso, nesta altura ainda há quem mantenha a esperança de que sairemos incólumes do desastre!
Será por isso que, especialmente por parte de algumas organizações sindicais, não param as reivindicações, sobretudo reclamando maiores salários, que, embora nalguns casos com justificação, na maioria das situações não olham às dificuldades que se atravessam e exigem o que parece impossível de conseguir. Por agora.
O que se passa com os professores, por exemplo, por muito que sejam aceitáveis as exigências que vão fazendo, será altura de fazer ver a essa camada populacional, sem dúvida com capacidade para avaliar concretamente como nos encontramos, que não podem continuar a ser conduzidos por elementos que, sendo sempre os mesmos, os estão a envolver numa onde de opinião pública que não se pode considerar benéfica para quem tem a seu cargo o ensino das diferentes classes de alunos.
Há que dizer que é preciso dar uma trégua a tais posições extremas. Já chega de greves e de manifestações de rua. E até a imagem que se dá lá fora, em que o nosso estatuto de Nação europeia se fica a assemelhar a outros países em que o bom comportamento cívico não faz parte das suas preocupações.
Era de supor que a FENPROF, sempre com Mário Moreira à frente das disputas – o que faz com que se levante a questão de saber se esse sindicalista não terá uma profissão que lhe garanta o ordenado mensal -, entendesse não basta ter razão (se é que a tem) para se criarem as movimentações que, nesta altura, repito, nesta altura, são completamente descabidas.
E o ter o sindicalista Carvalho da Silva aparecido a clamar que a diminuição claramente necessária do elevado número de funcionários públicos provoca uma diminuição de eficiência de serviços na Administração, essa teoria só podia partir de quem, tendo a sua remuneração garantida pelo ordenado que lhe paga a CGTP, não se incomoda muito em tomar consciência de que se encontra cada vez mais perto o momento em que o Estado não só não terá dinheiro para pagar os salários dos seus funcionários, pois o grande risco é que venha a ser muito mais profunda a carência.
Podem todos os Carvalhos da Silva deste País andar convencidos de que têm a solução para o problema em que nos encontramos envolvidos. Mas olhem para a Grécia!...

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