sábado, 17 de abril de 2010

MÉDICOS PRECISAM-SE


NÃO É A PRIMEIRA vez que tenho este tema como preferido no meu blogue. E, provavelmente, se ainda me restar paciência, saúde e dinheiro suficiente para ir aguentando os custos do papel e da tinta no computador, voltarei ao assunto, posto que, neste País, as deficiências, os maus procedimentos de quem nos governa, seja lá quem for, prolongam-se por tempos fora, sucedendo-se cabeças (?) que nos comandam e mantendo-se os defeitos sem que ninguém lhes presta a atenção suficiente para dar a volta aos problemas.
Há quantos anos, desde que sucedeu a Revolução – porque antes nem valeria a pena queixarmo-nos, porque o caminho era Caxias – se levanta o problema de que os estudantes que pretendem seguir o caminho da medicina deparam com a porta fechada da Faculdade respectiva, por só serem admitidos os estudantes saídos do secundário com notas muito elevadas, a rondar os 20 valores? Como se, para ser médico, para além da vocação, que essa sim, é necessária, e só se apura depois de se ficar a conhecer ao longo do curso superior, será realmente saber muito de matemática, de geografia e de outras disciplinas que não interferem na profissão que a rapaziada pretende seguir!
O resultado dos diferentes Executivos que têm tido o encargo de levar com o mínimo de sabedoria a governação de Portugal é de que não existiu, até agora, um só responsável que tivesse olhado para este problema com o mínimo de atenção. E o que acabou por suceder e agora constitui uma grave dificuldade, é a da falta de profissionais portugueses de medicina, sobretudo nos centros de saúde e nos hospitais, ao ponto de se estarem a contratar estrangeiros e de até aproveitar imigrantes vindos dos países de leste, por sinal bem formados, que estão a actuar em várias profissões, mas sobretudo na construção civil, para preencherem as falhas de que se queixam os utentes dos serviços médicos.
Depois, porque também está a ser divulgado, as condições de trabalho dos nossos clínicos ao serviço do Estado não são as mais desejáveis, quer no que se refere a material para ser executada uma actuação com eficiência, como no que diz respeito ao pagamento de serviços. Daí o terem saído, desde Janeiro deste ano, mais de 500 médicos com reforma antecipada, os quais, como seria natural, se prontificam a actuar nas áreas privadas.
O que todos ficamos à espera é da solução que o conjunto de Sócrates vai ser capaz de encontrar perante este dilema que nem necessita de grande competência para se chegar a uma conclusão. Esta é uma oportunidade para o socratianismo mostrar o que realmente vale. Vamos lá ver!
Andamos, nós ao que ainda dedicamos algum tempo a observar e a comentar os acontecimentos relacionados com a governação no nosso País, a dizer sempre o mesmo. Recordo-me que, há cerca de vinte anos, todos acreditávamos que iríamos ser em breve modernos, ricos e europeus. Contemplava-se o século XXI, que já se encontrava à vista, com uma esperança enorme de que Portugal iria alinhar com os mais adiantados parceiros europeus, mas já quando Guterres proferiu a declaração do “pântano”, em 1991, logo aí foi o início do declínio que veio sempre a acentuar-se durante todo o período que decorreu até aos dias de hoje. E, com Sócrates, a situação foi só a piorar. Não importa agora fazer o exame analítico dos erros cometidos.
Com isto não quero dizer que foi exclusivamente de Sócrates a culpa da quebra verificada neste nosso País, mas a ele cabe-lhe a maior parte da responsabilidade, sobretudo devido ao facto de nunca querer receber dos outros alguma imaginação que é o défice maior que se encontra no primeiro-ministro e por se considerar sempre o maior no panorama, já por si tão fraco, que domina a área política nacional.
Agora, deparamo-nos todos com o resultado de tantos erros cometidos e esse da falta de médicos é um daqueles que, se tivesse sido atacado a tempo, não faria com que se chegasse, nesta altura, a uma posição tão deplorável.
Mudar de Governo neste momento, embora seja o que apeteça, não é a medida mais apropriada, especialmente para não causar mau ambiente no exterior e fazer baixar ainda mais a confiança naqueles que nos observam atentamente, porque têm os seus créditos connosco e não podem perder o mínimo de esperança quanto à eventualidade de continuarmos a necessitar dos seus empréstimos
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