sábado, 24 de abril de 2010

GRANDES DÍVIDAS


SABIDO QUE é que a leitura da sentença do julgamento final do tristemente célebre processo Casa Pia, já está marcada, para 9 de Julho que aí vem, respira-se de alívio pelos mais de 5 anos decorridos desde que começou toda a série já classificada como uma horrível telenovela com o desfecho ainda por ser conhecido. Não adianto, como é natural, se serão ou não castigados e com justiça adequada os intervenientes em toda a pouca vergonha que, nos tempos que correm, se considera como normal, pois até os membros da Igreja católica e alguns políticos de renome de todo o mundo têm sido apontados como também actores dessas malvadezas. Este o panorama que se vive nos tempos que correm, se bem que, como é historicamente sabido, já nos tempos recuados da Grécia e da Roma de então, essas práticas e outras teriam lugar. E os homossexuais também apontam essas origens para amenizar o que está agora na moda não esconder.
De facto, se nos entregarmos à análise dos problemas de enorme gravidade para os Homens dos nossos dias (e refiro-me ao caso português, que é o que mais nos interessa), tais situações passam para segundo plano, pelo menos ao nível da Justiça que temos por cá. E, às revoadas, vão aparecendo à superfície os casos que fazem esquecer os que ficam soterrados pelas novidades.
Tem primazia, por agora, a situação das contrapartidas na compra de pouco bom senso dos submarinos, pois que até aí se está agora a concluir que houve uma sobrevalorização do montante real que deveria figurar no contrato de compra aos alemães – uma autêntica trapalhada que deveria levar a julgamento quem interveio na operação, de cima abaixo -, mas daí se parte também para muitas dúvidas que pairam sobre outros contratos de compra de material militar, como os helicópteros e actividades de assistência indispensável, o que demonstra serem muito obscuras as operações que resultam de tais aquisições que, a partir do elemento mais graduado do Ministério, deveriam ser minuciosamente observadas por elementos da Polícia, pois que se trata, segundo se admite, de maquiavélicas acções de “dinheiro ao bolso”. Só que, quem poderá saber alguma coisa sobre tamanha embrulhada, não dá mostras de querer colaborar para que o nosso País, tão envolto em dívidas externas e internas, possa, no mínimo, recuperar alguma coisa do que constitui um encargo de grande dimensão.
Mas é apenas o Estado que tem sobre as costas enormes dÍvidas que não sabe como liquidar? Pelos vistos, até grandes empresas nacionais se vêem em palpos de aranha para solver os seus compromissos. A Sonae, por exemplo, tida como uma bem administrada sociedade de que é o patrão mor Belmiro de Azevedo, trouxe a público a notícia de que deve 1,2 milhões de euros a fornecedores, sendo que parte do referido montante ter transitado do ano anterior. Seguramente que esta holding sabe como resolver os problemas próprios, mas este caso só serve para provar que todo o País se encontra numa fase difícil. Por isso não admira que a TAP tenha declarado um prejuízo, referente a 2009, de 12 milhões de euros, o que, pelos vistos, este ano aumentará, agora com a ajuda da paralisação recente motivada pelo vulcão da Islândia.
Valha-nos a tal esperança a que os portugueses, desde D. Afonso Henriques, se agarram com unhas e dentes. Oxalá a Comunidade Europeia, se ela já estiver mais operacional e unida quando dela precisarmos, puder deitar-nos uma mão se for caso disso.

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