sexta-feira, 9 de abril de 2010

ATENÇÃO À GRÉCIA!



O AVISO que, um dia destes, um governante grego fez a um jornalista da televisão portuguesa, com a frase “tenham cuidado que isto que nos está a suceder anos, em breve acontecerá a vocês!”, esta advertência deveria ser bem entendida e pensada pelos responsáveis portugueses, para não dizerem depois que foram apanhados de surpresa.
Mas este tipo de conselhos não pegam nos membros do Governo que temos, a começar, como é totalmente sabido, pelo primeiro-ministro que, sempre que surge em qualquer inauguração ou visita a obra executada, por mais insignificante que seja, lá vai ele com as discursatas sem ponta por onde se lhes pegue, e em que as afirmações são repetidamente de elogio em causa própria, de que somos os melhores de todos, que nos encontramos numa posição invejável e com outras maravilhas que só ele é que é capaz de se convencer que somos um País que vive nesta altura um período de cinco estrelas.
Na verdade, o exemplo daquilo que está a ocorrer no País da Acrópole, o que nos tem de provocar grande lástima até porque alguma coisa nos liga a esse povo, para não falar já na língua, que chegou, muitos séculos atrás, a este extremo europeu e que deixou marca na origem de muitas das nossas palavras, essa prova lastimável não pode deixar-nos indiferentes e cabe-nos agora lutar, no seio da Comunidade, para que seja prestada uma ajuda que retire aqueles parceiros do afogo por que passam. Por outro lado, ninguém sabe qual é o dia de amanhã e, quanto mais não seja, até por esse motivo se justifica plenamente que tomemos uma posição positiva na referida causa.
Mas, para além dessa razão um pouco egoísta, no que todos os membros comunitários têm obrigação de participar é na luta para que o que começou por ser apenas um mercado comum, atinja rapidamente o objectivo que justificou a sua criação: a de uma família unida num Continente e em que não só a moeda deve ser comum – apesar de se manterem ainda umas tantas tristes excepções -, mas em que os interesses de diferentes ordens não podem deixar de se encontrar relacionados uns com os outros, na ordem jurídica mas não só, pois que apenas uma Assembleia comunitária em Bruxelas não é bastante para que os diferentes povos, com línguas distintas e ainda bem, se sintam afastados da caminhada que tem de ser levada em absoluta harmonia e com uma ligação estreita que assente numa política de mãos irmãmente dadas.
Não sei se, depois de tantos anos em que as dúvidas ainda se verificam nos 27 países que fazem parte da Comunidade, se chegará alguma vez aos tão sonhados Estados Unidos da Europa. Confesso-me duvidoso em relação a tal ideal, segundo é a minha forma de ver o problema. Pois, provavelmente, os seres humanos que fazem parte deste Grupo não perderão de moto próprio o espírito egoísta que faz parte da sua formação. É que eles são isso mesmo: seres humanos. E estão ainda por descobrir Homens que sejam capazes de pôr de parte interesses próprios e se entreguem abertamente ao bem geral!
A não ser que uma guerra, ainda muito pior do que aquela de que se sofreram as consequências em todo o mundo – e ainda não tinha sido descoberta a bomba atómica -, obrigue a darem as mãos aqueles que, nas actuais circunstâncias, se mostram ainda esquisitos em relação até à moeda única e a muitos outros acordos de governação, que poriam fim a muitas causas de mau entendimento que já não têm justificação. Uma delas seria a da “invasão” em massa de imigrantes de outros continentes, que, sendo de proteger, não pode continuar em moldes como tem ocorrido até hoje.
Mas esta é uma opinião, como haverá muitas. E é bom que se pense naquilo que vai ser o futuro, dado que o que poderá ocorrer em Portugal tem tudo a ver com o que se passar fora de portas.

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