terça-feira, 23 de março de 2010

TÃO FLORIDOS QUE ELES ANDAM!


MANTENHO-ME com a interrogação que há que fazer a todo o sector administrativo, seja do Governo seja de qualquer instituição dependente do poder oficial, sobre se está definitivamente entendido que cada responsável pela área que comanda tem obrigação de zelar pelos gastos de dinheiros públicos exclusivamente orientados para casos de necessidade absoluta. E a resposta que consigo obter, perante o que se observa por todo o lado e face até às notícias que a comunicação social transmite, é de que ainda não foi devidamente entendido que vivemos, em Portugal, um período, que vem, aliás, já de um tempos atrasados, em que a palavra de ordem tem de ser uma única: a de poupar o mais que for possível e estabelecendo prioridades rígidas que têm de ser escrupulosamente cumpridas. Assim parece que está a suceder com as reparações das estradas e, nas cidades, como Lisboa, nos passeios, pois que os buracos em série que causam tanto prejuízo nas viaturas que circulam e incómodos nos peões que têm de se deslocar, em que a compreensão dos cidadãos dá a entender que, de certo modo, assim deve ser, dentro da tal preocupação de não se ultrapassarem as necessidades mínimas.
Mas é este o comportamento de todo o sector oficial? Boa pergunta, pois a resposta é conhecida de todos os portugueses. Por mais espanto que isso cause, quanto mais responsáveis dão as personalidades que deviam dar o exemplo, pior é o seu comportamento. Então essa, de José Sócrates gastar milhares de euros por ano em flores, que, segundo ele, se destinam à manutenção dos jardins da sua residência oficial e também para ofertas, como se isso constituísse uma necessidade imperiosa, tal comportamento só pode sair de uma pessoa como é o primeiro-ministro que temos que, em vez de se preocupar em esclarecer com verdade os portugueses, em lugar de andar permanentemente a fazer propaganda das suas acções, não atende às notícias e às opiniões que inundam o País de Norte a Sul e continua como se não fosse obrigado a portar-se com total rigor e permanentemente atento aos passos que dá sem o menor senso comum.
De resto, por diversos lados o Governo não se coíbe de aguardar melhor oportunidade para despender verbas em arranjos de vários quilates, como foi relatado que a Secretaria-Geral da Presidência do Conselho assinou um contrato com a TMN para prestação de serviços móveis no montante de 75 mil euros, assim como a instalação de painéis foto voltaicos pela EDP, com o custo de 50 mil euros, sendo que o Ministério dos Negócios Estrangeiros já gastou 756 mil euros na gestão do sistema multimédia para a rede consular.
Enfim, nem vale a pena pôr mais na carta. Assim se justifica o tal PEC que os mais pobres portugueses são obrigados a suportar (e que, por sinal, na entrevista conduzida por Sousa Tavares na RTP, e em que poderia ter sido aproveitada a ocasião para aclarar o assunto com o ministro das Finanças e não tal não foi conseguido). E, enquanto andamos nesta irresponsabilidade governamental, vamos suportando os disparates sucessivos e continuamos a aguardar pelo final de uma cena de que não vemos forma de ter esperanças em que tudo não acabe de maneira muito desastrosa para o nosso País!...

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