sábado, 27 de março de 2010

REMÉDIOS GENÉRICOS


E DIGAM LÁ que o nosso País não é o campeão das dificuldades, das burocracias, das limitações ao progresso, tudo provocado pela nossa maneira própria de ser que parece fazer gosto em dificultar a vida ao próximo, como gozo pessoal ou colectivo de alguns, de quem alguma coisa podia fazer para as coisas correrem ao contrário.
Esta, de os laboratórios de medicamentos genéricos se debaterem com a maior das incompreensíveis dificuldades para poderem lançá-los no mercado, quando as respectivas fórmulas de composição já caíram no domínio público, ao ponto de se terem de aguardar largo tempo até que os serviços oficiais dêem permissão para tal acontecer, isto com elevado prejuízo de toda a gente, em primeiro lugar os doentes que necessitam de utilizar as respectivas receitas e que não têm posses suficientes para poder comprar os remédios, geralmente com preços elevadas, dos mesmos sem a classificação de genéricos, mas também do próprio Estado, pois é forçado a despender verbas superiores como compensação dos gastos farmacêuticos, tal demora não se consegue ultrapassar porque, como é sabido, em Portugal, para resolver até os assuntos fáceis, é necessário dar tempo ao tempo, sentarmo-nos todos a contemplar e só, passado muito período perdido, é que lá aparece alguém, com alguma vista mais alargada, que toma a iniciativa de fazer andar o que estava adormecido por um sr. Silva qualquer que, por azar, é o que tem intervenção na matéria. Até nesta situação nos encontramos longe da Europa, quando o aproximarmo-nos se trata de coisa bem fácil.
E tudo isto para não referir, de novo, o atraso com que se aguarda que saiam as leis que possibilitam a venda das unidoses de determinadas medicinas, medida essa que, em muitos países da Europa, como a Grã Bretanha, por exemplo, há muitos anos que se encontra em vigor.
E nós, que nos queixamos somente dos políticos. Acusamos permanentemente do sr. Sócrates de ser um incapaz – e é -, mas, ao fim e ao cabo, o que o nosso País tem em demasia é gente que o iguala, portuguesismos da silva que, por todos os lados, o que são capazes é de fazer a vida negra aos outros cidadãos, aos outros, que, por sinal, se dependesse então desses a solução de muitos problemas também tudo ficaria na mesma, pois que o melhor é estar quietinhos e não ter maçadas.
Pois sim, chamem-me o que quiserem, acusem-me de não ser um fervoroso amante do estilo nacional de se actuar e de não gabar, por tudo e por nada, os nacionais deste País. Mas, por muito que gostasse de poder “dourar a pílula”, a minha verdade é que não consigo impor ao meu pensamento elogios à forma como nos costumamos comportar, sobretudo nas áreas da governação, posto que, por razões que se encontrão talvez na área antropológica, ao longo dos séculos e apesar de termos marcado a História com feitos que nos colocaram no cume dos acontecimentos de valor de todo o Mundo, de há umas temporadas para cá e já lá irão demasiados anos, excessivas décadas, não temos razões para, honestamente, nos considerarmos como exemplos ao cima da Esfera terrestre.
Provavelmente precisaremos de sofrer os efeitos de um aperto bem forte para conseguirmos dar a volta à nossa maneira de ser, para despertarmos deste torpor em que temos andado, para merecermos mesmo a posição geográfica privilegiada que nos foi entregue e de que nem somos capazes de tirar o respectivo proveito.
Agora, que o novo “comandante” do PSD já foi escolhido, Passos Coelho, se estivesse ele a ocupar as funções de primeiro-ministro teria a capacidade para pôr a andar milhentas situações que se encontram empenadas e que só necessitam de expediente para sim desse empanamento? É a dúvida que passou a existir desde ontem à noite, quando foi dada a notícia do resultado das eleições nos sociais-democratas.Eu, que sou também um portuguesinho da Silva, não me sinto capacitado para acrescentar mais ao que acabei de escrever. No livro que tenho para publicar – se um editor, claro que tem de ser português, for capaz de pegar nele – e que tem o título “Desencanto… por enquanto”, talvez consiga adiantar mais ao que acabo de expressar. Esperemos que, ainda em minha vida, eu veja um editor expedito querer ter a iniciativa de pegar numa obra que promete ter grande acolhimento dos portugueses. E se escrevo isto aqui é porque a vontade que eu tenho de passar para o papel o que a minha intuição me indica, me dá, julgo eu, autoridade para verificar que, afinal, neste País, não existem apenas editores que vendem livros como quem vende batatas

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