segunda-feira, 1 de março de 2010

PEC - A SALVAÇÃO?



ESSE PEC – Programa de Estabilidade e Crescimento, que o Governo anda a anunciar há já um certo tempo que vai dar a conhecer aos portugueses, parece que vai incluir um corte em toda a despesa pública, incluindo gastos nos investimentos, nos salários e prestações sociais e, provavelmente, em muitos outros sectores que poderão suportar tais reduções. O ministro Teixeira dos Santos tem atrasado bastante a conclusão desse documento e por isso o segredo mentem-se até ao dia em que não puder ocultar mais o que, provavelmente, que lhe vai proporcionar grandes críticas. É natural.
Não se conhecendo ainda o teor do tal PEC, mas podendo-se antever que se deve tratar de algo que tem de causar preocupações por não poder apresentar-se como um documento simpático, que cairá no agrado de toda a nossa população, o que se espera é que a selecção do imprescindível do não urgente seja levada em conta com afinado sentido de responsabilidade, pois o que se tem observado no decorrer da acção deste Governo, agora na fase actual mas já antes, quando detinha a maioria absoluta, é que, quer na sede governamental quer nas múltiplas dependências dos dinheiros do Estado, incluindo as Câmaras Municipais, essa escolha do urgente tem sido muito confundida com apetites de outra ordem que, no fundo, fazem despender muitas verbas que poderiam aguardar por melhor altura para serem efectuadas.
Eu tenho, aqui neste meu blogue, pois continuo a considerá-lo como de utilidade no sentido de deixar expressa a opinião de um cidadãos que, pelo seu passado, tem obrigação de não ficar indiferente aos erros – na minha opinião pessoa, está bem de ver – tenho denunciado muitas atitudes políticas que merecem ser apontadas, para que a História do futuro, quando forem relatados todos os passos dados por esta geração de políticos, não caiam no esquecimento e possam ser encontrados os culpados de terem conduzido Portugal ao estado em que ele se encontra agora e, quem sabe, de como ficará amanhã.
A minha opinião julgo que não deixa dúvidas a ninguém de que, independentemente da tal crise mundial que causou e causa prejuízos económicos e sociais em muita partes do Globo, por cá poderíamos ter actuado com mais cautela e antecipando-nos, pelos exemplos vindo de fora, de nos atolarmos em dívidas só para darmos mostras de que somos muito activos e enérgicos e de que temos uma visão antecipada das necessidades não adiáveis, como o aeroporto, as auto-estradas, o TGV e todos gastos exagerados que havia que deixar para outra ocasião mais propícia.
E é isto que eu não me canso de repetir. E se tivesse havido alguém no Governo que mostrasse o mesmo espírito de escolha das prioridades dentro dos fundos disponíveis, nesta altura não estaríamos a elaborar PRECs com as características de retirada de regalias existentes, suponho eu, e que não se sabe quando poderão voltar a ser concedidas aos portugueses.

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