domingo, 28 de março de 2010

FUTURO NEGRO


NÃO TÊM CONTA as vezes a que me tenho referido a este tema que, digam lá o que disserem, é aquele que mais me preocupa e que, no fundo, mais deveria fazer pensar aqueles que me lêem, incluindo, principalmente, os que não crêem nos meus presságios em relação ao futuro do nosso Pais. Mas eu vou insistindo, primeiro porque estou suficientemente convencido de que não andarei muito longe quanto ao panorama que se perfila no horizonte e que as gerações que, estando já vivas, dentro de algum tempo tomarão nas mãos, pelo que lhes caberá a vez de o enfrentar; e, depois, porque ainda mantenho certa esperança de que existirão algumas possibilidades, ainda que remotas, de se tomarem determinadas medidas para tentar reduzir os enormes dissabores e dificuldades que se perfilam num futuro cada vez mais próximo.
Quem segue com atenção alguns programas televisivos que, nos últimos tempos, têm procurado pôr os portugueses ao corrente do que se passa, nas áreas económica e social, principalmente essas, em Portugal e não se limitam os tais cidadãos a contemplar as bacoradas que certos políticos, completamente ignorantes, debitam apenas para fazer prevalecer a sua imagem junto do público que, não se tirando de cuidados, acredita em tudo que lhe dizem tais figurões, se, sobretudo aos domingos, no canal SIC Notícias, pelas 20 horas, num programa que tem o título “Plano Inclinado”, tal público mais desejoso de não ser enganado puder assistir a uma exposição feita por três economista, Medina Carreira, Bagão Félix e um professor Roque, nessa ocasião tem possibilidade de tomar consciência da realidade que se atravessa no nosso País e daquilo com que iremos deparar, os que forem ainda vivos, a um não muito longo espaço de tempo.
A preocupação de que tenho dado nota neste meu blogue de que os dinheiros públicos, tal como eles se apresentam hoje e que, apenas através de contas bem feitas, serão os que puderem ser utilizados algum tempo mais lá para a frente – e estas expressões tão simples, despidas de preconceitos de linguagem vaidosa que não se adapta à rudeza do que há para descrever, pretendem apenas ser bem compreendidos pela maioria dos cidadãos -, esses fundos, perante sobretudo o aumento desmedido das reformas, antecipadas sobretudo, que estão a ser concedidas nesta altura e que aumentarão ainda mais, dado o pavor que mostram os que trabalham ainda e que preferem mudar de forma de vida, terão, inevitavelmente, que não chegar para fazer face aos montantes totais das reformas. Nesta altura, segundo notícias recentes, o montante que o Estado despende por dia com tal pagamento atinge já os 51 milhões de euros. Por dia, repito!....
Esta situação tem de ser compreendida e mesmo que os poderes públicos prefiram não revelar aos portugueses o que será inevitável que suceda, alguém tem de ir lançando o seu grito de alarme, pois, como tenho sempre defendido, é preferível ir prevenindo agora do que, depois, se apanhar o susto clamoroso face à realidade dos acontecimentos.
Aqui deixo o que os economistas acima referidos têm vindo a dizer, o que me deixa bem acompanhado quando tenho falado bem claro quanto a esta situação. Não se sabe quando, mas que, numa altura que surgirá a determinado prazo, as notícias avassaladoras começarão por anunciar o fim do 14º mês, depois o 13.º e o caminho posterior poderá ser o da redução sucessiva dos montantes mensais das reformas, tudo isso, a menos que se verifique um “milagre”, é o que, para os naturais de Portugal, deve constituir uma inevitabilidade.
Andaram os governantes a gastar o dinheiro a torto e a direito, suspenderam agora as grandes obras de loucura, mas se as tivessem iniciado já, o que aconteceria era a sua suspensão a meio e as dívidas a atormentarem ainda mais os nossos vindouros, foi necessário lançar um PEC, mas outro aparecerá a breve trecho, aumentando ainda mais o custo que a população terá de pagar… nem se cabe como, e é este o futuro que os optimistas dos Governos, os que nunca se enganam, os que sabem tudo e não precisam de lições de ninguém, são esses todos que, quando se retirarem da vida publica, talvez levem algum pecúlio bem guardado que lhes retirará a necessidade de estenderem a mão à caridade, como vai suceder à população que não tem outro remédio que não seja o de suportar as consequências.
Fim do primeiro acto…

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