sexta-feira, 26 de março de 2010

EUROPA, VAI OU NÃO VAI?


É UMA ENORME desilusão, para todos os que, como eu, sempre acreditaram nas vantagens da criação e existência da União Europeia, verificar que os comportamentos de alguns dos participantes no Grupo não correspondem ao que se esperaria de um conjunto que deveria marchar bem coeso. Sobretudo neste período tão difícil para todos os países e que, no nosso Continente, se tem feito sentir de forma bem evidente, sendo que uns tantos dos aderentes ao bloco europeu, como é o caso actual da Grécia mas que se poderá estender a outras Nações, se encontram em situação declaradamente difícil, particularmente em termos financeiros, pois é precisamente neste período que se verifica um desencontro de opiniões e em que a falta de unificação de interesses mais se faz observar.
É verdadeiramente incompreensível que, também neste particular, os Homens se estejam a mostrar separados, isto é, quando a união da Europa deveria estar mais actuante e, dando o exemplo ao mundo, é quando os interesses privados de cada Nação mais se fazem projectar, abandonando o sentido da harmonia que tinha de estar presente quando as necessidades mais o impõem.
É certo que a Europa, ao longo da sua História, sempre fez questão de evidenciar os desencontros, sobretudo entre vizinhos, e as guerras que ocorreram pelo passado fora fizeram prova disso mesmo. A Europa Central, neste particular, tomou várias vezes as rédeas dessas inimizades e as invasões de uns e outros, que ocorreram por motivos diferentes, ficaram a marcar as atitudes de confronto que alguns condutores da política mostraram uns aos outros.
Mas então, não foi por isso mesmo que nasceu a iniciativa da União Europeia, sob diversas matrizes, é certo, até mesmo como o do estatuto de Estados Unidos da Europa? Não terá sido com o objectivo de fazer coincidir os interesses dos diferentes povos deste Continente, que se criou a moeda única e que tem vindo a ser desenvolvida, ainda que demoradamente, uma política de unidade, com um Banco comum, uma Parlamento que junte os interesses de todos os membros de variadas línguas e outras medidas que têm vindo a ser desenvolvidas, sempre com espírito de um por todos e todos por um?
Foi. Claro que sim. Só que o ser humano não consegue entender que é com uma verdadeira e sã união que se consegue enfrentar as dificuldades que surgem, também elas criadas pelo mesmo Homem. E, o maldito egoísmo, a desprezível inveja, a malfadada ambição, a ridícula vaidade, tudo isso consegue que as vantagens da comunhão de interesses seja suplantada pela mesquinhes. E, precisamente no momento em que o auxílio deve ser prestado, é nessa altura que surgem as tendências para a separação, para o abandono do auxílio que deve ser prestado aos que o pedem.
Enfim, não estamos ainda nessa situação que, a dar-se, porá fim ao ideal de uma Europa solidária. Mas, por minha parte começo a ter receios de que, com o exemplo da Grécia e, quem sabe, quando chegar a vez de outro País que se encontre nas mesmas condições complicadas precisar de auxílio dos “Irmãos”, se assista a um virar de costas que porá fim a um sonho que, até esta altura, ainda se situa na área das realidades.
Até ao último momento, por minha parte ainda vou conservando a esperança de que os habitantes deste Continente e, em particular, os seus dirigentes políticos, não perderam de vez o juízo. Há que ter fé nos Homens!...

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