quinta-feira, 25 de março de 2010

CRIAR EMPREGO?



COMO TENHO DÚVIDAS com frequência, interrogo-me assiduamente sobre o caminho a seguir e as razões que me assistem para ter uma determinada opinião. E como o ficar parado não é a solução, lá tenho de optar e, não raramente, me engano.
Esta não é a expressão da felicidade absoluta, mas quando admitimos os nossos erros, se eles são praticados com total isenção de maldade, teremos, pelo menos, a possibilidade de rectificar os nossos pontos de vista e de apresentarmos as nossas desculpas a quem, por ventura, tenhamos induzido em falta.
Pois bem, é o que me acontece no que respeita a ter de expressar o meu ponto de vista e não estar absolutamente seguro de que será esse o correcto ou se, pelo contrário, não haverá outro que se justifique, com maior valia, quanto ao apuramento do bom senso.
Pois cá vai aquilo que me mantém na dúvida: está a levantar-se nesta altura uma onda que se inclina para a abertura dos supermercados nos domingos e nos feriados, com a alegação de que o público consumidor nem sempre pode utilizar os dias úteis para proceder aos seus abastecimentos. Como há quem defenda outra alternativa que é a de se proceder como com as farmácias, em que se verifica um calendário de estabelecimentos de serviço, com alternativas de trabalho.
Eu também tenho a minha opinião e ela tem a ver com a necessidade urgente de criar trabalho e de combater o desemprego que grassa pelo nosso País, aliás como em toda a parte do mundo, e que é forçoso que anime as imaginações para que diminua tal flagelo. Ora, exactamente para respeitar as horas de actividade dos funcionários dos supermercados, a solução tem de ser a de aumentar o número de trabalhadores e de criar turnos que respeitem os dias de descanso que a lei impõe.
Por esse motivo, não só no que respeita aos supermercados mas talvez estendendo essa possibilidade a toda a espécie de estabelecimentos de porta aberta, sem restrições e apenas dependendo da vontade dos proprietários, alargar-se-ia o tempo de trabalho e, por essa via, alguns desempregados poderiam obter solução para os seus problemas.
Como em tudo na vida, impõe-se sempre alguma imaginação para fazer frente a problemas que nos surgem e, no caso do desemprego que alastra pela Esfera terrestre e, em grande parte, pelo aumento substancial de população, de duração que se verifica no tempo de vida do ser humano e dos avanços na tecnologia que reduz, sempre aumentando, a necessidade de mão-de-obra nas fábricas, tudo isso contribui para que, cada vez mais, o número de potenciais trabalhadores desocupados vá aumentando. Este o panorama, apesar de, como foi já divulgado pelo Instituto de Emprego, se terem revelado qualquer coisa como 60 mil recusas em aceitar ofertas de empregos, em 2009, na altura destes serem atribuídos. Isto, quando há cerca de 690 mil desempregados em Portugal. Não é caso para pormos as mãos na cabeça?
Como toda esta situação se vai resolver é que não sei se haverá alguém capaz de dar a resposta tão desejada. Talvez que soluções idênticas à que apresento, dos supermercados abertos aos domingos e feriados, seja uma delas. Mas, claro, está muito longe de ser bastante.

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