segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A MADEIRA ERA UM JARDIM...


ESTÁ demonstrado que as circunstâncias da vida têm mais força e influência do que a vontade dos homens. Quem seria capaz de adivinhar que, na altura em que se levantou aquela luta tão discutida, da concessão ao arquipélago da Madeira da verba de milhões de euros que constavam do Orçamento do Estado e que eram muito inferiores ao montante que era desejado pelos defensores do apoio, dito excepcional em relação ao restante distrital do território do Continente, nessa ocasião quem poderia imaginar que um desastre ecológico da dimensão do que sucedeu na Ilha iria conduzir à necessidade de o mesmo Governo de Sócrates se ver obrigado a desviar para o território chefiado pelo “inimigo”, Alberto João Jardim, o que, ainda há dias, se bamboleava nas ruas do Funchal mascarado de Vasco da Gama, dizia ele, a propósito do Carnaval, que iria descobrir o Portugal Continental, e volto à pergunta formulada logo de inicio: quem poderia antever tal situação?
Nesta altura, o custo do apoio que há que dar aos madeirenses, será forçosamente muito superior ao montante que foi recusado e estava previsto no O.G.E. Picardias do destino!
Também, face às ocorrências e às inúmeras obras que, por iniciativa de Jardim, foram sendo feitas ao longo da sua gerência política, verifica-se agora que, se não tivesse o Presidente do Governo do Arquipélago investido tanto em tais construções – o que fez com que se o tenha acusado de ser mais "consumidor” dos dinheiros do Estado que qualquer distrito da zona continental portuguesa -, as consequências da devastação pelas águas teriam atingido um ponto muito mais grave do que aquele a que chegou. O que não se sabe ainda é se os técnicos que interferiram em tais construções (estradas, pontes, túneis, etc.) terão sido suficientemente prudentes e selectivos ao ponto de terem optado por outros caminhos mais urgentes, como agora se verificou.
Infelizmente, a experiência que têm os cidadãos portugueses em relação à competência de muitos técnicos nacionais – acentue-se o túnel do Terreiro do Paço, que dura há anos e tem sido dadas provas bastantes de falta de capacidade dos responsáveis, como inúmeras obras públicas que tardam o dobro do tempo a ficar concluídas e custam três vezes mais do que é previsto no papel -, essas constantes faltas por parte dos que saem dos institutos técnicos nacionais fazem com que se levante essa dúvida, embora nada se possa já fazer para a remediar.
Seja como for, a verdade é que Jardim, que, como político tem dado provas da sua má educação, do péssimo comportamento e dos ataques sucessivos ao que é originário do Continente, mais uma vez cai nas graças dos naturais da sua Ilha. E eu repito aqui o que tenho afirmado em várias ocasiões: eu não aprecio Alberto João Jardim, como pessoa e como político, mas se fosse natural e vivesse na Madeira seguramente era um seu fiel votante!

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