quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

NÓS POR CÁ!


TODOS OS DIAS úteis, pelas 19 horas, a estação SIC de televisão apresenta um programa que tem o nome “Nós por cá” e em que todos os portugueses que quiserem podem assistir a situações verdadeiramente vergonhosas, sobretudo para os serviços oficiais de diferentes instituições públicas, que dão bem a mostra de que o nosso País enferma pela falta de profissionalismo, de vontade de proceder correctamente nas funções de cada um, pela indiferença no que respeita aos resultados das actuações que cabem a cada funcionário, seja qual for a sua categoria e pior ainda quando se trata de cargos superiores, desde ministro e por aí abaixo, e, mesmo tratando-se de mostras claras dessa prova de mau cumprimento das obrigações de quem é pago para servir o Estado, logo o País, apesar disso não param as evidências de tais actuações e nunca surge perante os espectadores televisivos a amostragem de que se verifica o apuramento de responsabilidades e, por via disso, o castigo que é aplicado aos incumpridores.
Esta entrada, naturalmente bem longa, só serve para mostrar a indignação que sinto perante um Portugal onde muito poucos cuidam de dar mostras de bons cidadãos e, para cúmulo, tratando-se de funcionários públicos os que são os autores da maioria dos erros que, até com certo ar de graça, são mostrados nos écrans televisivos, então, nesse particular, maior tem de ser a preocupação que devemos evidenciar e, em vez de nos calarmos, para não sermos apodados de pessimistas crónicos, o que temos de fazer é chamar a atenção dos que se sentam nos lugares cimeiros da Nação e proclamar por uma actuação rectificativa do estado a que chegámos. O de assistirmos às reclamações de uns tantos profissionais das reclamações para maiores benefícios dos funcionários públicos e o não vermos um único gesto a pedir para que sejam todos o mais dedicados possível e superiormente exigentes nos seus lugares.
Quando é o próprio primeiro-ministro a, com aquele sorriso irritante, clamar que Portugal se encontra no bom caminho, que até somos exemplares nisto e naquilo, que se delicia a, sempre com comitivas de bajuladores a acompanhá-lo em “inaugurações” ridículas, proclamar que não há motivos para estarmos pessimistas, pois se é o próprio José Sócrates quem não dá mostras de sentir vontade de meter a mão nos vários sectores que não podem continuar a andar à rédea solta, então é caso para reflectirmos se é pior prosseguirmos com este tipo de governação ou se, em derradeiro momento, não beneficiaríamos com uma mudança de gente que agora lá se encontra.
Eu falo por mim e recordo-me do que fui obrigado a fazer durante toda a minha existência como responsável de diferentes actuações: é que nunca deixei de atender as queixas que me chegavam, preocupei-me em conhecer a sua razoabilidade, e, quando havia razões para actuar, não perdia tempo a alterar os defeitos e, se necessário, a procurar responsabilizar os seus culpados.
É isto que tem de ser feito, quanto antes, neste nosso País. Não podemos continuar com a mandriice, a indiferença, a falta de vergonha perante os casos dados a conhecer aos cidadãos, em que os responsáveis, desde os governantes máximos até aos chefes dos vários sectores públicos, sejam eles quais forem, só se interessando pelas suas benesses, os salários, as suas férias, pelas “pontes” que os feriados propiciam e, quanto ao resto, um encolher de ombros já será o que se pode imaginar como “esforço” de tais figuras pagas pelo dinheiro do Estado.
Nós por cá somos assim. Quando os portugueses emigram, lá fora trabalham bem e muito. Porque sabem o que lhes pode suceder se não derem mostras de competência e aplicação. Mas em casa própria!...Ora vejam lá se Durão Barroso, nas funções em Bruxelas que exerce, não cumpre satisfatoriamente com o trabalho que lhe é atribuído! E quando foi cá primeiro-ministro?

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