terça-feira, 19 de janeiro de 2010

HUGO CHAVEZ - AINDA ELE!



ADOLFO HITLER também arrebatava multidões. Todos, os daquele tempo e os que tiveram ocasião de ver imagens colhidas na época e agora transmitidas, não terão dúvidas de que o ditador, que deixou a sua marca mortífera em tudo onde pôs a mão, foi ultra-aplaudido por diversas populações que ficaram deslumbradas pelas característica do poderoso chefe alemão que, por sinal, nasceu na Áustria. Isto quer dizer que não basta ter o aplauso de centenas de milhar de cidadãos no local onde se encontra e até mesmo fora do próprio país para significar que a razão se encontra do seu lado e que, por isso, deve prosseguir na sua ânsia de espalhar opiniões próprias que, analisadas com a necessária tranquilidade e longe da euforia que os aglomerados provocam, sejam merecedoras do mínimo de concordância.
Esta ideia surge-me pelo facto de ter assistido à raiva que saia dos olhos do homem forte da Venezuela que, a propósito do apoio que os E.U.A. têm estado a dar ao pobre do Haiti, País que não tem cabeças que percam tempo agora a avaliar as questiúnculas políticas entre partidários desta ou daquela corrente, não reviu outra forma de se exprimir que não fosse a de acusar o presidente Obama de “ocupar o terreno haitiano” com forças militares, numa espécie de “invasão”, em lugar de enviar bombeiros, médicos e dinheiro. Como ele não fez! Isto, como se não estivesse a verificar naquele local, onde falta tudo, o que comer e o que beber, para não falar em medicamentos, verificando-se a movimentação de conflitos, mesmo armados, quer para serem obtidos alimentos como por motivo dos roubos que ali têm lugar em grande escala. Tudo porque não existe autoridade própria e tudo esteja entregue aos apetites dos homens.
Por aqui se vê como, até nos momentos mais dramáticos de uma zona do mundo, há sempre quem apareça a lançar os seus venenos, a desvirtuar as qualidades que se tenham demonstrado por quem pretenda ajudar, a querer apenas sobressair do panorama geral, proclamando o contrário daquilo que a maioria, julgo eu, forma a sua opinião. Hugo Chavez, como já se tornou hábito, não escondendo nunca a sua aversão perante os vizinhos norte-americanos, usando sempre de formas de se expressar que não se coadunam com um desejo mínimo de espalhar harmonia e captar boas vontades, não lhe pertencendo sequer o direito de criticar a maneira como outros países, cada um com as possibilidades de que dispõe, procure menorizar a agonia tremenda por que passa o Haiti, essa figura que muitos venezuelanos, por agora, ainda aplaudem, é bem o exemplo de que alguns seres humanos, sendo neste caso um chefe de um Estado, não são capazes de contribuir para que o mundo caminhe num ambiente de harmonia e procure ultrapassar as situações difíceis que, nesta altura, infelizmente, atacam em vários campos.
Esta de um homem-menor, sobretudo com aquelas responsabilidades, saltar no panorama triste a que se assiste, descarregando o seu rancor, deveria merecer de todos os outros chefes de Estado, no mínimo, uma demonstração de desprezo. Já que outra coisa não se pode fazer.

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