sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

COMEÇAR DE NOVO!



NESTE primeiro dia de Janeiro do ano que entra parece que mandam as regras que apenas desejemos aos parceiros desta vida que tudo corra pelo melhor. Enterremos o que acaba e arregacemos as mangas para o que surge.
Sendo assim, não é possível ignorarmos as principais dificuldades que nos esperam. Se não fizermos caso, então é que tudo continua na mesma se não até mesmo piorar.
Vou juntando, com o correr dos dias, recortes de jornais que me servem para poder fazer o balanço da situação que vivemos em Portugal, já que o que ocorre nos países que prosseguem belicosos isso não está nas nossas mãos fazer mudar. E, com esse egoísmo deparo, por exemplo, com as últimas notícias que, queiramos ou não, não irão alterar-se muito ao longo dos 365 dias que se deparam no panorama. E não posso deixar de referir um discurso pronunciado pelo ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, aquela que pôs os dedos na cabeça para imitar uns cornos, em que, com grande ênfase – que é o que sucede com o próprio Sócrates e com os seus companheiros de Governo -, em que pronunciou a frase de que “daqui a 15 anos o mundo vai lembrar-se de nós, por sermos os pioneiros”, isto no que se referia à criação de energia a partir das ondas do mar, num chamado pomposamente Parque de Ondas de Aguçadoura, e em que o investimento público durou 3 meses, pois avariou-se e por ali ficou tudo abandonado. Isto um exemplo.
Também continuaremos a contemplar os vários campos de futebol que foram construídos por esse País fora, em Braga, Faro/Loulé, Coimbra, Aveiro e Leiria, que constituem uns “elefantes brancos” de que ninguém se apresenta como responsável. No fundo, trata-se de mais um daqueles hábitos nacionais de fazer primeiro e pensar depois, pelo que se tem de descobrir em 2010 que destino se encontra para tamanho disparate. O que também ninguém é capaz de solucionar é o escândalo do Banco Privado Português, em que está muita gente desesperada por ter perdido as suas economias depositadas naquela instituição de crédito e que, pelos vistos, não vai ser durante o ano que começa agora que o assunto fica solucionado por quem tem de ter poder suficiente para o fazer.
Quantas perguntas ficam sem resposta neste início de 2010, sendo difícil fazer caber todas no espaço reduzido que aqui tenho. Será desta que deixamos de ouvir os enfadonhos problemas, como o dos professores que não param de estar descontentes e da Fenprof com o seu secretário-geral que faz das reivindicações a sua vida? E, mais grave ainda do que isso, vão realizar-se ou não eleições antecipadas, exercendo Cavaco Silva o seu direito de dissolver o Parlamento ou será que Sócrates mete na cabeça que lhe é fundamental mudar de atitude e conseguir entender-se com as oposições? Por outro lado, será no próximo período que o PSD encontrará o seu caminho e surge a acalmia intestina que tanto precisa? No campo da Justiça, alguém meterá a mão sabedora e de bom senso por forma a que termine a vergonha nacional em que vivemos e, por exemplo, se ponha fim ao julgamento do fastidioso caso Casa Pia e o Freeport também seja encerrado, para não falar já do da Face Oculta que enjoa ouvir ser referido? E o desemprego, esse mal social que pode acarretar até alterações no regime político, será este ano que aí vem que marcará a redução indispensável?
Isto no que diz respeito ao nosso País, porque na área internacional e embora nos diga respeito, directa ou indirectamente, é caso para nos interrogarmos se a União Europeia consegue finalmente um entendimento de fundo, de molde a que todos os países situados geograficamente no espaço que lhe pertence caminhem todos no mesmo sentido e sem pretensões de uns quererem ter mais privilégios do que os outros. Isto para não referir as guerras que não há forma de terminarem por esse mundo fora. E enquanto houver ditadores, sejam eles de que cores forem e tenham as opções religiosas que tenham, esse desejo parece não ser possível ver realizado.
Como seria bom que este meu blogue, por ser redigido numa data em que é costume celebrar-se a esperança e com votos de felicidade, seguisse a norma habitual e enunciasse apenas os assuntos que deveriam dar razões a que nós, portugueses, nos congratulássemos por viver num local que representasse a porta de entrada num paraíso terrestre, já que, geograficamente, nos situamos na ponta do Continente, do lado do Oceano.
Mas olhem, eu não consigo formar uma lista de bons augúrios para 2010. Por isso, ao contrário do Sócrates que continua a pensar que vive num País cor de rosa e só se lambe a ele próprio com as vanglórias do que diz ter conseguido ao longo dos últimos anos, eu, que deveria ter a coragem de mentir – para dar razão a Fernando Pessoa que disse que os poetas sãos uns grandes mentirosos -, não consigo fazê-lo. É que estes textos do meu blogue não são poesia. Essa segue aparte

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