quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

SEMPRE ATRASADO



Já todos sabemos que José Sócrates não tem o culto da pontualidade. Os portugueses que, valha a verdade, não são, na sua grande maioria, cumpridores desse princípio de, pelo menos boa educação, mesmo assim, por se tratar do comportamento de um responsável principal pela condução do Governo, não há dúvida que os atrasos horários as múltiplas manifestações, mais ou menos festivas, que resultam de inaugurações, a maior parte delas claramente evitáveis ou, no mínimo, não merecendo a deslocação de comitivas de apaniguados que aproveitam todas as circunstância para besuntar José Sócrates, essas procissões também são alvo do relógio atrasado do residente em S. Bento.
A questão agora é saber se, perdendo o chefe do Governo tanto tempo com essas passeatas excessivamente frequentes, lhe restará alguma disponibilidade para, como isso, sim, lhe compete mais do que tudo, no seu gabinete dar seguimento a múltiplos assuntos que se encontram por solucionar e bastaria ter assistido ontem ao debate quinzenal que teve lugar na Assembleia da República para se tirar uma pálida ideia daquilo que é forçoso e urgente fazer para não continuamos a assistir à paralisação do nosso País, sem darmos mostras de sermos capazes de mostrar coragem e saber para não ficarmos sempre no mesmo sítio, que é, como e sabe, o da estagnação.
O ar sempre de riso de gozo que põe quando os deputados das oposições expõem as suas discordâncias e a crítica aberta que faz sempre que os mesmos deputados acrescentam algum comentário, exigindo um respeito de que ele não dá mostra de praticar, tal posição é prova de que José Sócrates se considera encontrar-se numa posição superior a todas s outras áreas partidárias.
Mas a este atrasado José Sócrates, não é só na falta de respeito pelas horas a que deve chegar aos locais onde ele é guardado que se nota tal incumprimento. É, sobretudo e com enorme gravidade, no que se refere à lentidão em fazer andar o País e em mudar as medidas que já deram vastas provas de que não são as mais indicadas, é no atraso em que nos encontramos em relação à maioria dos nossos parceiros europeus, é face a isso que o não cumprimento de horários estabelecidos que dizem respeito ao tão desejado melhor estar dos portugueses merece a crítica severa dos cidadãos deste País.
Eu, que não tolero os teimosamente atrasados que, na maioria dos casos, até usam relógios de marca afamada e de alto preço. Embora, não seja isso que transmite aos desrespeitadores da pontualidade a obrigação de não fazer os outros esperarem.
E nós, no caso de José Sócrates, andamos a esperar demasiado. E já agora, como o período que se atravessa, apesar de ser de Natal nem por isso se mostra festivo nos corações mesmo dos mais confiantes, como é de imaginar que o Natal para o primeiro-ministro que temos seja para desejar que as coisas por cá se mantenham dentro das perspectivas que ele teimosamente persegue, sem condições para dar uma volta à sua presunção de que sabe tudo e de que os outros é que andam enganados, os desejos que se lhe devem enviar é de que nada corra de acordo com o seu espírito muito pessoal.
A menos, claro, que, entretanto, se verifique uma mudança radical no seu comportamento.

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