sábado, 5 de dezembro de 2009

DÍVIDAS A RODOS



NÃO CONSIGO escrever, em dias seguidos, textos que transmitam boas notícias aos meus leitores. E, a propósito, bem gostaria que fossem aos milhares, pois habituado que estive, durante toda a minha vida de jornalista, a saber que os jornais onde escrevia tinham grande audiência, agora, sujeito a um blogue, pouco sei de quem me lê e alguns até me enviam comentários (por sinal um deles, que não se identifica, e que utiliza a má criação, no que está no seu direito…), mais valendo existirem do que ficarem na mudez.
Mas, como também acabei de escrever um poema longo, intitulado LUSOFONIA, que foi inspirado no Lusíadas, de Camões, pois claro, e que tem também 10 cantos, e estou a terminar um outro, este inspirado pela Mensagem, de Fernando Pessoa, com o título RECADO, ambos que talvez fiquem para publicar depois do meu “passamento”, caso nessa altura já haja algum editor que entenda que merece tal divulgação e então aparecerá a lume, mas, dizia eu, como tenho estado ocupado com essa tarefa só debito neste espaço o que vem saliente na Imprensa e que não deve ficar no esquecimento, dada a importância que representa para os portugueses comuns.
Começa a verificar-se que os responsáveis do Governo já não circundam tanto os problemas do País e já os apontam, embora com certa relutância. O homem das Finanças, apertado no Parlamento, não escondeu que o défice global das contas públicas não estará abaixo dos 8%, que representa cerca de 140 mil milhões de euros e que esse “buraco” ainda subirá. E isto quer dizer que cada português tem o encargo às costas de 1.380 euros. E terminou por “pedir” aos deputados das Oposições para aprovarem o Orçamento Rectificativo, caso contrário, segundo suas palavras, o Governo não terá possibilidade de pagar as despesas que lhe competem…
É preciso acrescentar algo mais a esta declaração do responsável pelas Finanças públicas? Faz falta dizer que estamos em estado de falência?
Por outro lado, no que diz respeito ao caso do Banco Privado Português, já ficou claro que a dívida que o BPP tem não é suportável pelos activos da mesma instituição que tem a porta fechada. Traduzido em miúdos, quer dizer que os depositantes que não conseguem reaver os seus dinheiros bem podem perder as esperanças de, algum dia, poderem ver resolvido o seu prejuízo.
E por aqui me fico. Mais um dia com palavras de desconsolo. E sem poder deixar sinais de esperança, que é coisa que eu também não consigo descobrir no horizonte.

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