sábado, 26 de dezembro de 2009

ESPERANÇA?



COMO GOSTARIA que, apesar da situação de crise que somos forçados a enfrentar, mantivéssemos um mínimo de confiança na franqueza e na competência, na honestidade de procedimentos daqueles que se encontram com a responsabilidade de evidenciar todos os esforços para que Portugal não se veja envolvido, cada vez mais, no charco económico, financeiro e de dívidas que já nos colocou nos fins da tabela dos países mais débeis da Europa.
Mas uma coisa é o que se deseja e outra, quase sempre bem diferente, é a realidade que se vive. E, por muito que José Sócrates surja, com frequência, a propósito de inaugurações quase sempre despropositadas, a cantar hossanas a situações que ele se convence que são dignas de merecer louvores públicas ao Governo que comanda, por mais que não seja possível convencer o chefe do actual Executivo de que o importante seria que da sua boca saísse verdades, transparências, até mesmo arrependimentos, quando fosse o caso, por não terem resultado, como seria esperado, as medidas que o seu grupo político entendeu levar a cabo, por excessivo convencimento das suas razões que o primeiro-ministro não consegue esconder, não é por aí que os cidadãos portugueses mudam do descontentamento em relação ao chefe do Governo e passam a apreciá-lo em absoluto.
Porém, o que também se tem que sublinhar como uma realidade é que, na altura das eleições, como sucedeu no último escrutínio, a maioria dos portugueses colocou o seu voto no grupo partidário a que Sócrates está ligado, o PS, e, por esse motivo conseguiu situar-se no comando de um Governo. Quando se repetiu a situação eleitoral, por sinal a mais recente, apesar de não ser de grande entusiasmo popular a escolha de novo de Sócrates, quis o destino que o outro partido que poderia ter aspirações a substituir o PS na frente da escolha, o PSD, se encontrasse em luta intestina e não transmitisse o mínimo de confiança para que essa opção fosse a vencedora.
Esta realidade nem é preciso transmiti-la. É do conhecimento geral. E a posição nacional neste altura também não constitui qualquer novidade para os cidadãos deste País.
Só nos resta fazer as contas no que diz respeito ao ano que se aproxima, ao 2010 que entre daqui a dias, e, não fazendo caso das “discursatas” de Sócrates, sermos todos nós, os que, ao fim e ao cabo, pagamos sempre as favas, e aguardar pelo que os ditos responsáveis, Governo, Oposições e Chefe do Estado, acabarão por decidir, se num arrastamento de uma situação que não tem condições para resistir muito mais tempo ou se, numa tomada de posição radical, nova experiência eleitoral será levada a cabo, não se sabendo bem se será desta vez que as coisas entram no bom caminho.
Um presságio deste em pleno dia 26 de Dezembro, ainda com o sabor das filhoses e do bolo-rei na boca, não se pode considerar como sendo um voto de Feliz Ano Novo. Estou de acordo. Mas haverá outro vaticínio que seja minimamente crível?

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