segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

ADEUS!...



O ACTO da despedida é, de uma forma geral, algo que provoca tristeza, que causa um sentimento de pré-saudade, de desejo que não suceda muitas vezes. Desta vez, porém, verifica-se uma partida e a sensação que nos deixa a quase todos – isto sou eu que o digo, por me parecer que se trata de uma opinião bastante generalizada – é a de que nos causa alguma sensação de alívio. Pois que vá e não volte!
Dizer isto a dois dias de acabar o ano de 2009 pode parecer um gesto de mau agradecimento à Providência, pois que se vivemos até aqui, nós os que nos conservamos vivos, é caso para estarmos já gratos. Isto é o que pensam também muitos, os que dão sempre graças a Deus pelo que ocorreu e olham para o futuro com o sentimento de seja o que Deus quiser…
Sendo assim, esses que se despeçam dos doze meses ocorridos com conformismo e olhem com expectativa para os que estão a chegar. Cada um…
Mas já nem me quero referir as ocorrências pelo mundo fora, que, de uma maneira generalizada, também não foram passando de forma a marcarem um período de satisfação que deixe vincado na História como tendo sido algo de desejar ser relembrado. Fico-me apenas pelo território que é o nosso, este pequeno rectângulo, na ponta Oeste da Europa, dá pelo nome de Portugal. E sobre isso me fico neste pequeno apontamento quase a fechar a porta de um período que os homens resolveram, muito tempo atrás, estabelecer como tratando-se um ano completo.
Pois paro para recordar, com esforço, este longo trecho de 365 dias e noites e, relendo até os meus blogues, que são diários, não consigo deparar com motivos para me regozijar por ter sido também um participante da cena que nos envolveu a todos.
A crise mundial, de que os culpados principais não terão sofrido tanto as consequências como os pobres cidadãos que acreditaram na segurança dos bancos, esse desmoronamento económico, financeiro e social que tem feito a vida negra aos mais débeis chegou fortemente às casas dos portugueses e o desemprego foi e ainda é uma das razões mais fortes para que desejemos ardentemente que o 2010 chegue com cores bem menos tristes do que aquelas que pintaram o cenário que nos foi oferecido.
Não sabemos o que outro Governo, diferente daquele que nos conduziu ao longo dos mais de quatro anos, teria sido capaz de fazer melhor, mas o que sim sabemos é que o de José Sócrates não deixou saudades e, ainda por cima, temo-lo presente nesta altura em que o panorama político nacional não dá mostras de serenidade e de compreensão entre as várias forças que se digladiam para subir na escada do poder.
Seja como for, a despedida de 2009 não deixa saudades. E também, quanto a mim, as portas que se abrem no 2010 que está a chegar não oferecem razões para se respirar de alívio.
Mas, cá estamos e enquanto houver dinheiro para pagar as reformas, mesmo ridículos que sejam os montantes da maioria, que os felizardos dos protegidos pelo regime, esses ainda podem ir pondo de parte alguma coisa para fazer face aos piores tempos que estarão aí para vir.




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